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Sintra



A estrada, sinuosa, estreitíssima, vai contornando a serra como um abraço. Abóbadas de verdura protegem-na do Sol, separam o viajante ciosamente da paisagem circundante. Não se reclamem horizontes largos quando o horizonte próximo for uma cortina cintilante de troncos e folhagens, um jogo infinito de verdes e de luz. Seteais aparece insolitamente com o seu grande terreiro relvado, afinal pouco mais do que um miradouro para a planície e um cenográfico ponto de vista para o Palácio da Pena, lá no alto.

Explicar o Palácio da Pena é aventura em que o viajante não se meterá. Já não é pequeno trabalho vê-lo, aguentar o choque dessa confusão de estilos, passar em dez passos do gótico para o manuelino, do mudéjar para o neoclássico, e de tudo isto para intervenções com poucos pés e nenhuma cabeça. Mas o que não se pode negar é que, visto de longe, o palácio apresenta uma aparência de unidade arquitectónica invulgar, que provavelmente lhe virá muito mais da sua perfeita integração na paisagem do que da relação das suas próprias massas entre si. Saramago, Viagem a Portugal, p. 346.


Neste dia pegamos um forte nevoeiro. Não estávamos com o senhor Bernardino. Chegamos à base do palácio para pegar um bonde que nos leva diretamente para lá. 


Perde-se a vista que se tem lá de cima, que dizem ser muito bonita, mas ganha-se em atmosfera; a subida da serra adquire novos contornos, e é fácil imaginar como deve ter sido "fácil" construir o palácio naquela época, em cima de um penhasco. 



A cidade de Sintra é muito simpática; merecia um pouco mais de tempo. Abaixo, a Torre do Relógio. Acabávamos de sair d' A Piriquita, onde comemos o que achamos ser o melhor doce português, o Travesseiro de Sintra. E partimos em direção ao cabo da Roca, Cascais e Estoril.


Comentários

  1. O Palácio de Sintra é lindíssimo, os "travesseiros" deliciosos, só ficou faltando a vista , que o nevoeiro encobriu.....

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