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Mostrando postagens de abril, 2017

O nó górdio de Frederico Lourenço

Neste  artigo de José Pacheco Pereira, no Público , um elogio a Frederico Lourenço, tradutor da edição da Odisséia da Companhia das Letras/Penguin, e que acaba de receber o Prêmio Pessoa. E um lamento pela decadência da cultura clássica na Europa (ainda que Churchill já tivesse percebido isso há mais de cinquenta anos): O prémio a Frederico Lourenço, no entanto, não nos deve iludir. O mundo sobre o qual ele estuda, escreve e traduz é cada vez menos presente no espaço público do saber, onde cada vez menos se sabe sobre o mundo clássico, e, embora nunca se soubesse muito comparado com os países da Reforma, também cada vez menos se sabe sobre a Bíblia. Não nos devemos iludir quanto ao valor que a escola, a universidade, a sociedade, a comunicação – já para não falar das chamadas “redes sociais” – e a política hoje dão às humanidades e aos estudos clássicos. Esse valor é quase nulo. Pelo contrário, é entendido como um conhecimento inútil, que justifica o corte de financiamentos, a col

Stork Mountain, de Miroslav Penkov

Autor do excelente livro de contos East of the West, o búlgaro Miroslav Penkov (1982) lançou em 2016 o romance Stork Mountain , que consegui ler pelo Kindle.  Um jovem búlgaro que emigrou com sua família para os EUA retorna ao seu país, para reencontrar seu estranho avô, na região de Strandja, na região do Mar Negro, próxima à fronteira com a Turquia. (Observação: o autor, nascido em 1982, foi para os EUA em 1991, dois anos após a queda do regime comunista no país). O jovem, apesar de bastante popular na escola, se considera um estranho, um estudante fracassado e sem dinheiro na América. Decide então obter algum dinheiro vendendo sua parte das terras da família. O avô, no entanto, já vendeu tudo para um projeto de parque eólico - o que ameaça a existência das cegonhas (storks) do local - uma ave migratória. Associadas a bebês, essas cegonhas despejam mistérios e segredos. Como o avô acabou parando por ali? Os comunistas chegaram ao poder em 1944 e confiscaram propriedades;