Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2017

Doutor Fausto, de Thomas Mann

É o primeiro posto deste blog sobre Thomas Mann. Dele já li Os Buddenbrook, As confissões do impostor Felix Krull, Morte em Veneza  e José e seus Irmãos. Mann não é um escritor "fácil", e nesta visita ao mito do Fausto, o leitor encontrará longas discussões sobre arte, teologia, teoria musical, filosofia, entre outros aspectos. Mas isso não deve intimidá-lo; pelo contrário: à medida em que se avança, a narrativa vai se tornando mais dinâmica - como nos demais romances do autor.  A ideia de Fausto já havia sido objeto do romance Mephisto, de Klaus Mann, seu irmão. Publicado em 1936, já sob o regime nazista e antes do início da Segunda Guerra, tinha como foco o ator de teatro Hendrik Höfgen, baseado em seu ex-genro Gustav Gründgens. O nazismo é parte integrante do enredo deste romance, do qual me lembro mais da adaptação ao cinema por István Szábo, com o grande Klaus Maria Brandauer no papel-título, do que do livro propriamente dito. Thomas, na verdade, é um ex-nac

O fim do homem soviético, de Svetlana Aleksiévitch

Comecei a ler O fim do homem soviético, da jornalista bielorrussa Svetlana Aleksiévitch ganhadora d o Nobel de Literatura de 2015, nos últimos dias de 2016, coincidentemente após ler uma reportagem sobre um reality da TV russa em que os participantes poderão ir às últimas consequências: estuprar, matar, ser devorados por lobos famintos - uma versão real de um filme de bastante sucesso nos últimos anos. Formado por depoimentos e entrevistas, estamos diante de um imenso mosaico, tão diverso quanto o próprio país que busca retratar. Idosos, stalinistas, jovens executivos, ex-prisioneiros saudosos do Socialismo, jovens que se adaptaram aos novos tempos, jovens que se desgraçaram (ainda mais) com o capitalismo, russos, asiáticos, caucasianos... Gorbachev é visto ou como um traidor ou como um fraco. Mesmo os que o apoiaram e realmente queriam se livrar dos comunistas votam pela última opção. Yeltsin não é visto com olhos mais simpáticos, até porque foi sob seu governo (ou desgoverno