3 de julho. Em 1883, nasceu Franz Kafka.
O destino de Kafka foi transmudar as circunstâncias e as agonias em fábulas. Escreveu sórdidos pesadelos em um estilo límpido. Não em vão era leitor das Escrituras e devoto de Flaubert, de Goethe e de Swift. Era judeu, mas, que eu me lembre, a palavra 'judeu' não consta em sua obra. Ela é intemporal e talvez eterna (J. L. Borges, Biblioteca Pessoal).
Seu O Processo deveria ser leitura obrigatória nas faculdades de Direito, ainda que eu ache que o impacto e o estranhamento causados num estudante inglês ou americano sejam maiores do que no brasileiro - e a culpa, obviamente, não é de Kafka. Mas muito do seu pesadelo burocrático é rotina por aqui.
A melhor versão para o cinema é, disparado, esta, de Orson Welles, com o próprio, Anthony Perkins e Romy Schneider, de 1962:
No final, o próprio Welles lê os nomes dos atores para terminar: Eu fiz o papel do advogado, escrevi e dirigi este filme. Meu nome é Orson Welles.
E o livro de Louis Begley, O Mundo Prodigioso que tenho na Cabeça é uma boa sugestão de leitura complementar. Em pouco mais de 260 páginas, Begley se utiliza, ainda, dos diários e das cartas do escritor para este belo ensaio.
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