Conseguimos assistir na estreia, aqui em Belo Horizonte, de Para Roma com Amor. Este é um filme mais engraçado que Meia-Noite em Paris, a começar com a presença, no elenco, do próprio Woody Allen, um produtor musical recém-aposentado. Ele e a mulher chegam a Roma para encontrar sua filha, Hayley, e conhecer a família de seu noivo Michelangelo, cujo pai, Giancarlo, é dono de uma funerária e é um grande tenor (o ator, Fabio Armiliato, é de fato um tenor) que só consegue atuar debaixo do chuveiro. A conexão entre sua aposentadoria e a possibilidade de agenciar um dono de funerária atormenta não apenas ele, mas é analisada pela mulher psicanalista.
Roberto Benigni, é um sujeito "classe média de Roma" (como o narrador do filme, o guarda de trânsito, faz questão de frisar). De repente, do nada, vira uma celebridade, e todos querem saber desde o café da manhã até o tipo de cueca. As modelos e atrizes mais estonteantes querem estar com ele. No final do filme, enquanto está sendo bombardeado por flashes na porta de sua casa, um jornalista aponta para um sujeito no outro lado da rua, um motorista de ônibus. É o fim do reinado de Leopoldo e a ascensão de um novo alguém. Se antes ele estava atormentado com a fama injustificada, depois ele não se conforma com sua perda... Dizem que os italianos não gostaram muito do clichê.
Jesse Eisenberg se vê às voltas com a amiga maluquinha da mulher. Ele sabe que ela é encrenca, mas nem por isso escapa de ser seduzido - e não é por falta de aviso do famoso arquiteto americano (Alec Baldwin), que se torna um grilo falante.
Milly e Antonio formam o casal recém-casado que resolve largar o interior para viver em Roma. Milly se perde em Roma - sim, os italianos também se perdem por lá - e se perde ao conhecer um famoso astro do cinema italiano. Já Antonio, no hotel, é confundido com um cliente pela prostituta Penelope Cruz, e é flagrado pelos seus tios. Eles formarão um improvável casal, e serão apresentados à alta sociedade romana - todos os seus representantes já foram clientes de Penelope. E a inocentezinha Milly, depois de ponderar os prós e os contras em aceitar o assédio do ator canastrão que acabou de conhecer, se decide... a favor! Mas nem por isso o sujeito se deu bem...
As quatro histórias correm paralelamente; Woody Allen participa com os melhores diálogos e está engraçado como sempre. As cenas de ópera com um pequeno box onde Giancarlo executa seu talento enquanto toma banho são um sucesso.
A Piazza di Spagna, o Coliseu, todos os lugares famosos estão presentes. O filme "descobriu" para os turistas o bairro de Monti, que se tornou o mais novo point a ser visitado. Para quem gosta de Woody Allen, imperdível (mas o de Paris é melhor); para os que não são seus fãs, a certeza de um filme muito superior a quase tudo o que costuma passar no circuitão.
Este foi o último filme que vi de Allen, cá em Portugal.
ResponderExcluirEm breve quero assistir a 'Blue Jasmine' dele também.