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A Magna Carta, o Rei João e Robin Hood



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É claro que o rei João não se ajoelhou aos pés de Robin Hood, mas é interessante lembrar hoje, dia 15 de junho, quando a Magna Carta completa 800 anos, a ligação entre a ficção e a História, na criação do que pode ser considerado o mais importante documento da democracia.

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João Sem-Terra. John Lackland. Nasceu em Oxford, 1166, o quarto filho de Henrique II, o que lhe custou toda possibilidade de receber uma herança - daí seu apelido. Quando o irmão Ricardo (Coração de Leão) assume o trono, em 1189, recebe mais um golpe e, obviamente, irá fazer de tudo para tomar o poder. Em 1199, Ricardo é morto e João, finalmente, torna-se rei.

Para custear as guerras, Ricardo aumentou drasticamente os impostos a um nível inédito na Inglaterra. Para piorar, ao retornar de uma Cruzada, foi feito prisioneiro dos alemães. Há quem diga que o resgate cobrado (e pago) seria equivalente a 2 bilhões de libras.

Na época de João, o cofre estava vazio, mas as demandas, explodindo como nunca. Ele herdou uma situação financeira caótica e se viu compelido a apertar ainda mais o cinto, o que, obviamente, não ajudou em sua popularidade. E não era particularmente habilidoso no trato com os barões.

É o vilão dos filmes de Robin Hood que assistimos. Mas nem sempre foi assim - nas monarquias, assim como no Brasil, o passado é um evento incerto. 

Os Tudors, por exemplo, o tinham em alta conta, e viam em seus atos a coragem necessária para desafiar Roma. Parece que o vilão nasceu mesmo na era Vitoriana, que via na sua conhecida devassidão uma ameaça à ideia romântica do cavaleiro medieval honrado.


Será sempre lembrado pela Magna Carta, de 1215, que limitou o poder real. Para Churchill, o documento "limitou e moderou o poder do rei, conferindo ao monarca a necessária força, mas coibindo eventuais abusos por um tirano ou um tolo". Seu texto, traduzido para o português, pode ser lido aqui (Biblioteca Virtual de Direitos Humanos, da USP).


E será lembrado tambén, é claro, pela briga com Robin Hood.




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