Até agora não falou o viajante do castelo dito de S. Jorge. Visto cá de baixo a vegetação quase o esconde. Fortaleza de tantas e tão remotas lutas, desde romanos, visigodos e mouros, hoje mais parece um parque. O viajante duvida se o preferiria assim. Tem na memória a grandeza de Marialva e Monsanto, formidáveis ruínas, e aqui, apesar dos restauros, que num princípio reintegrariam a fortaleza na sua recordação castrense, acaba por ter significado maior o pavão branco que se passeia, o cisne que voga no fosso. O miradouro faz esquecer o castelo. Nem parece que naquela porta morreu entalado Martim Moniz. É sempre assim: sacrifica-se um homem pelo jardim dos outros. Saramago, Viagem a Portugal, p. 364-5. Saramago fala de Martim Moniz; segundo a lenda, ele se sacrificou, colocando o seu corpo no vão de uma das portas do castelo. Evidentemente, morreu esmagado, mas seu ato permitiu que os portugueses chegassem a tempo e, com a porta aberta, invadissem o castelo. Trata-de de uma ant
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