Edney Silvestre
A Felicidade é Fácil
Editora Record, 2012
224 páginas
Amar deve ter sido inventado para vender alguma coisa. Não havia linguagem codificada mas Amar já era essencial para a sobrevivência comercial do Neandertal mais próximo. Quando as pinturas rupestres de Altamira ou do Vale da Capivara forem decifradas, os arqueólogos confirmarão que anunciavam Você Vai Amar Nossos Tacapes Com Nova Fórmula, ou Amar é Servir Carne de Bisão Sem Aditivos. Trinta mil anos depois pintamos em outdoors e telas de televisão. Você vai amar a nova margarina Elion.
Este é o segundo romance do jornalista Edney Silvestre - o primeiro, Se eu fechar os olhos agora, foi um dos últimos que li antes de iniciar este blog. Neste novo livro, Edney Silvestre explora um momento histórico que, definitivamente, merece maior atenção de nossa ficção: o início do governo Collor. A Editora Record disponibilizou um capítulo para degustação, que pode ser lido aqui. E, aqui, o booktrailer:
Como no primeiro livro, o ritmo é intenso. Tudo se passa num único dia, 20 de agosto de 1990. Um grupo pretende sequestrar o filho de um famoso publicitário, Olavo Bettencourt. Seus membros são conhecidos pelas nacionalidades: chileno, boliviano, uruguaio... o que me lembrou o sequestro não de um publicitário, mas de um dono de supermercado às vésperas das eleições de 1989... em todo caso, o tal publicitário está envolvido em escândalos de corrupção. Os sequestradores acabam pegando a criança errada: Olavinho, gordo e parecido com o pai, estava dormindo, e sobra, evidentemente, para o filho mudo, louro e de olhos azuis dos caseiros que estava no carro do patrão.
A mulher de Olavo, Mara, ex-"modelo-manequim", quer salvar a criança - que se parece com ela - e para isso enfrenta o marido. Olavo não está nem aí, diz que o menino já era. Nem filho deles é. Para a imprensa, quer se mostrar preocupado com o caso; não informa que seu filho está a salvo.
Interessante os destinos reservados ao filho do caseiro e à reputação do motorista de Olavo, conhecido como Major, ex-agente do SNI. Firma-se Edney Silvestre como um autor a ser acompanhado com atenção, ainda que uma parte da crítica brasileira não tolere a existência de jornalista-ficcionista-brasileiro.
Como no primeiro livro, o ritmo é intenso. Tudo se passa num único dia, 20 de agosto de 1990. Um grupo pretende sequestrar o filho de um famoso publicitário, Olavo Bettencourt. Seus membros são conhecidos pelas nacionalidades: chileno, boliviano, uruguaio... o que me lembrou o sequestro não de um publicitário, mas de um dono de supermercado às vésperas das eleições de 1989... em todo caso, o tal publicitário está envolvido em escândalos de corrupção. Os sequestradores acabam pegando a criança errada: Olavinho, gordo e parecido com o pai, estava dormindo, e sobra, evidentemente, para o filho mudo, louro e de olhos azuis dos caseiros que estava no carro do patrão.
A mulher de Olavo, Mara, ex-"modelo-manequim", quer salvar a criança - que se parece com ela - e para isso enfrenta o marido. Olavo não está nem aí, diz que o menino já era. Nem filho deles é. Para a imprensa, quer se mostrar preocupado com o caso; não informa que seu filho está a salvo.
Interessante os destinos reservados ao filho do caseiro e à reputação do motorista de Olavo, conhecido como Major, ex-agente do SNI. Firma-se Edney Silvestre como um autor a ser acompanhado com atenção, ainda que uma parte da crítica brasileira não tolere a existência de jornalista-ficcionista-brasileiro.
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