Os bosques bávaros
tinham seus profetas, os Waldpropheten,
como o “Mühlhiasl” que trabalhava perto do convento de Windberg, por volta de
1800, e predizia apocalipses e renascimentos. Em 1934, entretanto, no convento
refugiou-se durante uma semana Adolf Eichmann, numa espécie de retiro
espiritual. No livro dos hóspedes, relata Trost, há ainda, de seu próprio
punho, o agradecimento pela estada e hospitalidade, a expressão de uma intensa
experiência e de um emocionado vínculo. Treue
um Treue, fidelidade pela fidelidade, escreveu Eichmann no livro do
convento em 7 de maio de 1934. O tecnocrata do massacre ama a meditação, o
recolhimento interior, a paz dos bosques, quem sabe também a oração.
Cláudio Magris, Danúbio. Companhia de Bolso, 2008,
tradução: Elena Grechi e Jussara de Fátima Mainardes Ribeiro
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