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Romanov Riches


Romanov Riches: Russian Writers and Artists under the Tsars. Solomon Volkov.
Volkov tem um livro extraordinário publicado pela Record: São Petersburgo: uma história cultural (1997), onde trata dos escritores e músicos da antiga capital russa ao longo dos seus 300 anos de história, de Pedro à era pós-soviética.

Poderíamos cobrar a edição brasileira de suas outras obras, sempre tratando da história cultural do seu país. Neste último (by Kindle), o autor trata das intensas relações entre a dinastia Romanov e os artistas russos, de 1613, com Alexis, a 1917. Ano passado, li o livro que, na realidade, é a continuação deste que acabo de ler - The Magical Chorus - A History of Russian Culture from Tolstoy to Solzhenitsyn (2008).

Aqui, Volkov apresenta autores ignorados fora da Rússia, como Karamzin e sua História da Rússia, que celebra a monarquia dos Romanov. E, evidentemente, reforça o papel (já destacado em São Petersburgo) de Puschkin como o grande divisor de águas das artes russas.

 Sobre Puschkin, lembra que seu avô materno, Abram Gannibal, negro abissínio, era um dos favoritos de Pedro, o Grande – Puschkin era chamado de “negro branco”. Já a família do seu pai era aristocrata, e suas raízes chegavam ao século XIII, no tempo de Alexander Nevsky. A relação entre o escritor de Eugene Oneguin e o czar foi bastante conturbada: ele tinha a simpatia do soberano, que no entanto chegou a bani-lo de São Petersburgo: os opositores do regime também o tinham em alta consideração. Pressionado para puni-lo, Nicolau afirmou que iria utilizar o maior direito dos soberanos – o de perdoar. É certo que adorava a sua poesia – e sua esposa. E, como não poderia deixar de mencionar, considera a morte de Puschkin em duelo como parte da mitologia da cultura russa.

Algumas histórias são bastante curiosas: Glinka compôs uma ópera sobre o surgimento dos Romanov. Inicialmente, foi chamada Ivan Susanin (o camponês que teria dado sua vida aos poloneses para salvar o jovem Alexis e, assim, salvar o destino da Rússia). Posteriormente, Uma Morte para o Czar, mas Nicolau I achava que “quem dá a vida pelo seu soberano não morre”, e eis que a peça é conhecida como Uma Vida pelo Czar.

Tolstoi, por sua vez, impressionou de tal forma com sua série de histórias sobre a Guerra da Crimeia que o czar ordenou pessoalmente que o escritor fosse mantido à distância da linha de frente.

Como diz Volkov, para os Romanov a cultura era o instrumento político por excelência.

Comentários

  1. "Magical Chorus" do mesmo autor tambem traz um panorama da cultura russa, agora incluindo o periodo sovietico. No Kindle, inclusive com degustação gratuita.

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