Morreu Eric Hobsbawm. Lido em todo o mundo, inclusive no Brasil. Aqui,uma entrevista para o Estado de S. Paulo. Ele reclamava que as pessoas, hoje, viviam algo como a eternização do presente - as coisas são como são e jamais mudarão, o que, obviamente, é algo irreal. Para Santo Agostinho, uma forma de inferno. Li A Era dos Extremos e Sobre História. Fez parte de uma geração de comunistas britânicos. Criticou violentamente os trabalhistas britânicos e, com especial empenho, Tony Blair. Entre seus desafetos, Tony Judt, autor do incrível Pós-Guerra, e que esculachou o comunismo de seu ex-amigo, que teria "romantizado bandidos rústicos".
O conto da semana é novamente de Calvino – Quem se contenta – e integra Um General na Biblioteca : Havia um país em que tudo era proibido. Ora, como a única coisa não-proibida era o jogo de bilharda, os súditos se reuniam em certos campos que ficavam atrás da aldeia e ali, jogando bilharda, passavam os dias. E como as proibições tinham vindo paulatinamente, sempre por motivos justificados, não havia ninguém que pudesse reclamar ou que não soubesse se adaptar. Passaram-se os anos. Um dia, os condestáveis viram que não havia mais razão para que tudo fosse proibido e enviaram mensageiros para avisar os súditos que podiam fazer o que quisessem. Os mensageiros foram àqueles lugares onde os súditos costumavam se reunir. - Saibam – anunciaram – que nada mais é proibido. Eles continuaram a jogar bilharda. - Entenderam? – os mensageiros insistiram – Vocês estão livres para fazerem o que quiserem. - Muito bem – responderam os súditos – Nós jogamos bilharda. Os mensagei
Eric - como era chamado familiarmente pelo Lula - faz parte dos que nao analisaram criticamente suas teorias. Nao teve a intuiçao de prever o desmantelamento do marxismo-leninismo nem a autocritica apos as denuncias contra os crimes stalinistas. Fiel a suas convicções,o que mostra que era mais um "funcionario" da historiografia marxista do que um intelectual que usasse a historia para moldar o futuro. E.
ResponderExcluirE o Tony Judt não perdoou.
ExcluirJá li muito sobre ele mas ainda nada dele mesmo, "Sobre História" me aguarda, pacientemente, na estante. Acho que chegou a hora de abri-lo.
ResponderExcluirVale a pena, mesmo que não se concorde com o que ele pensava. Seu texto é muito agradável de ler. O que eu mais gostei foi o Breve Século XX - para ele, o século nasceu em 1917 (como ele) e morreu em 1991.
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