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A Dançarina e o Ladrão, de Fernando Trueba


No original, El baile de la Victoria. Dirigido por Fernando Trueba e baseado no romance homônimo de Antonio Skármeta (ambos assinam o roteiro; Skármeta faz uma ponta, como um respeitado crítico de dança). O argentino Ricardo Darín (O Segredo de Seus Olhos) é o famoso arrombador de cofres Nicolás Vergara Grey. Sai da prisão uma anistia geral, quando o regime de Pinochet dá lugar à democracia. Quem também obtém a liberdade, pelas mesmas razões, é Angel Santiago (Abel Ayala). Este quer dar um grande golpe; Grey quer recuperar a família (sem sucesso; a mulher está com outro, um pinochista milionário).



Angel conhece Victoria Ponce (Miranda Bodenhofer), uma mulher estranha e muda. Viu seus pais serem presos pela polícia de Pinochet e desaparecerem para sempre, e desde então nunca mais falou. Vive com a professora de balé interpretada pela brasileira Márcia Haydée e sonha com a elitizada Academia de Dança de Santiago.

Santiago tenta convencer Grey a participar do golpe - o cofre de um general que enriqueceu ilicitamente sob o regime militar, algo que obviamente torna a dupla quase que em herois. Depois de muito relutar, ele acaba cedendo, depois de conhecer Victoria.

As cenas mais interessantes são as de Santiago e Victoria andando a cavalo no meio de Santiago entupida de gente, algo que dá um certo tom de fábula. Outras cenas plasticamente muito belas - mas para ver na tela grande do cinema - são as da fuga pelos Andes, em direção à Argentina. Comédia, drama, tudo bem ponderado e conduzido por Trueba.

Victoria apresenta uma coreografia baseada no "Soneto da Morte", de Gabriela Mistral. É um tributo as pais desaparecidos. 

Do nicho gelado em que os homens te puseram,
abaixarei-te à terra humilde e ensolarada.
(...)

E temos Darín cantando El día que me quieras. Não me lembro se o filme passou por aqui (Belo Horizonte); acredito que não... De qualquer forma, uma boa opção para a locadora.


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