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O Romancista Ingênuo e Sentimental, de Orhan Pamuk



Convidado a participar do ciclo Charles Eliot Norton da Universidade Harvard, Pamuk se inspirou no Sobre a Poesia Ingênua e Sentimental de Schiller (1795) para suas palestras. 

Se você está cansado do discurso do fim do romance, ou meio deprimido por acreditar nisto, o livro é uma excelente pedida. Pamuk ressalta que nunca se leu e escreveu tantos romances. 

O grande prazer de ler os romances, afirma, está na habilidade do leitor em ver o mundo não "de fora", mas pelos olhos dos próprios personagens. Essa capacidade diferenciaria o romance de todos os demais gêneros.

Desde o início, avisa que o seu favorito é Anna Karenina. Mas falará de Guerra e Paz, além de autores como Melville (sua observação sobre o "centro" de Moby Dick é muito didática), Calvino, Borges, Nabokov, entre outros.

Nunca participei de um curso de Escrita Criativa, mas imagino que eles devem ter uma linha semelhante à do livro de Pamuk. 

Algumas considerações interessantes – como nós, Pamuk integra a periferia – o romance é um gênero em sua origem essencialmente europeu, ainda que hoje já esteja “globalizado”. Ele lembra que por muito tempo os autores não europeus eram assombrados pela imposição de criar uma “Anna Karenina”, um “Dom Quixote” de suas nacionalidades.  Ou quando faz uma distinção curiosa entre autores “verbais” e “visuais” (Homero estaria neste último grupo; inúmeras imagens nos vem à mente quando lemos sua Odisseia ou a Ilíada, mais do que a história propriamente dita).

A Companhia das Letras lançou o livro no final de novembro (leia o primeiro capítulo), pouco depois de eu ter comprado a versão Kindle...

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