Meu primeiro contato com as mil e uma noites foi através de adaptações editadas pela Ediouro. Lembro-me de uma edição de Ali Babá e os 40 Ladrões, recontada por Carlos Heitor Cony.
Desde que comprei o primeiro dos quatro volumes, em 2005, venho lendo eventualmente estas histórias. As noites se sucedem; histórias são contadas dentro de outras histórias que são parte de outras histórias.
Antes de tudo começar, o rei Sahriyar encara sua triste realidade:
Durante dez dias, preparou-se para a viagem, e, deixando em seu lugar um oficial, arrumou as coisas e foi passar a noite com o vizir, junto ao qual permaneceu até bem tarde, quando então retornou à cidade, subindo ao palácio a fim de se despedir da esposa; ao entrar, porém, encontrou-a dormindo ao lado de um sujeito, um dos rapazes da cozinha: estavam abraçados. Ao vê-los naquele estado, o mundo se escureceu todo em seus olhos e, balançando a cabeça por alguns instantes, pensou: 'Isto e eu nem sequer viajei; estou ainda nos arredores da cidade. Como será então quando eu de fato tiver viajado até meu irmão lá na Índia? O que ocorrerá então depois disso? Pois é, não é mesmo possível confiar nas mulheres!
Matou a mulher e afinal viajou. Mas já estava convencido do que deveria fazer. Ao voltar, decidiu que jamais passaria mais de uma noite casado - era a forma de não ser traído. Casava-se e matava a esposa na manhã seguinte. Até, claro, casar-se com a esperta e inteligente Sahrazad - a de nobre estirpe, explica o tradutor.
Depois de consumado o casamento, ela começa a contar uma história, que acaba prendendo a atenção do rei, que se vê impedido de matá-la ao amanhecer, curioso que estava para saber o seu final. E assim as noites se sucedem.
Aqui, um vídeo com a suíte sinfônica de Rimsky-Korsakov. Os europeus - e particularmente os russos - sempre foram fascinados por essas narrativas.
Antes de tudo começar, o rei Sahriyar encara sua triste realidade:
Durante dez dias, preparou-se para a viagem, e, deixando em seu lugar um oficial, arrumou as coisas e foi passar a noite com o vizir, junto ao qual permaneceu até bem tarde, quando então retornou à cidade, subindo ao palácio a fim de se despedir da esposa; ao entrar, porém, encontrou-a dormindo ao lado de um sujeito, um dos rapazes da cozinha: estavam abraçados. Ao vê-los naquele estado, o mundo se escureceu todo em seus olhos e, balançando a cabeça por alguns instantes, pensou: 'Isto e eu nem sequer viajei; estou ainda nos arredores da cidade. Como será então quando eu de fato tiver viajado até meu irmão lá na Índia? O que ocorrerá então depois disso? Pois é, não é mesmo possível confiar nas mulheres!
Matou a mulher e afinal viajou. Mas já estava convencido do que deveria fazer. Ao voltar, decidiu que jamais passaria mais de uma noite casado - era a forma de não ser traído. Casava-se e matava a esposa na manhã seguinte. Até, claro, casar-se com a esperta e inteligente Sahrazad - a de nobre estirpe, explica o tradutor.
Depois de consumado o casamento, ela começa a contar uma história, que acaba prendendo a atenção do rei, que se vê impedido de matá-la ao amanhecer, curioso que estava para saber o seu final. E assim as noites se sucedem.
Aqui, um vídeo com a suíte sinfônica de Rimsky-Korsakov. Os europeus - e particularmente os russos - sempre foram fascinados por essas narrativas.
Evidentemente, não li todas as histórias. Agora, acabo de ler a de Aladin (do quarto volume). As pessoas em geral só se lembram da lâmpada mágica, esquecendo-se do seu anel não menos maravilhoso - que afinal vai ajudá-lo a resolver o problema.
Max Liebert, Aladdin no Jardim Mágico
Jarouche passou anos na tradução, dos ramos egípcio e sírio; ganhou vários prêmios. Resgatou o erotismo intenso - explícito - que os ingleses e franceses andaram tolhendo, como Richard Burton. Por todas as noites, sua irmã de quatro anos está debaixo da cama; quando o casal encerra suas "atividades noturnas", ela se levanta e pede mais uma história...
As Mil e uma noites povoam todo nosso imaginário; Alberto Mussa, por exemplo, destaca que estas histórias estão na base de muitas outras que hoje conhecemos e em relação às quais não fazemos a menor ligação com a literatura árabe.
Nem so Rimsy-K. Ravel também tem sua Sheerazade embora menos conhecida. Mas parece-nos que o tema não tem tantas versões quanto merece... E.
ResponderExcluir