A Partida trata de um encontro entre amigos - Riquelme e o narrador - que há muito não se viam. Os dois se encontram para uma partida de xadrez - presença garantida em contos e romances... Para ficar na literatura argentina, lá vai Borges:
I
Regem no seu recanto os jogadores
As lentas peças. Esse tabuleiro
Demora-os toda a noite no severo
Âmbito em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
As formas; torre homérica, ligeiro
Cavalo, sagaz dama, rei postreiro,
Bispo oblíquo e peões agressores.
E quando os jogadores tiverem ido,
Depois do tempo os ter já consumido,
Decerto não terá cessado o rito.
No Oriente incendiou-se esta guerra
Cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.
II
Tênue rei, torto bispo, encarniçada
Dama, torre direta e peão ladino
Sobre o negro e o branco do caminho
Buscam e travam batalha armada.
Não sabem que a mão assinalada
Do jogador governa o seu destino,
Não sabem que um rigor adamantino
Lhes subjuga o arbítrio e a jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(Disse Omar) de um outro tabuleiro
De negras noites e brancos dias.
Deus move o jogador que move a peça.
Que deus atrás de Deus o ardil começa
De pó e tempo e sonho e agonias?
Mas voltemos a Neuman e ao início do conto...
I
Regem no seu recanto os jogadores
As lentas peças. Esse tabuleiro
Demora-os toda a noite no severo
Âmbito em que se odeiam duas cores.
Dentro irradiam mágicos rigores
As formas; torre homérica, ligeiro
Cavalo, sagaz dama, rei postreiro,
Bispo oblíquo e peões agressores.
E quando os jogadores tiverem ido,
Depois do tempo os ter já consumido,
Decerto não terá cessado o rito.
No Oriente incendiou-se esta guerra
Cujo anfiteatro é hoje toda a terra.
Como o outro, este jogo é infinito.
II
Tênue rei, torto bispo, encarniçada
Dama, torre direta e peão ladino
Sobre o negro e o branco do caminho
Buscam e travam batalha armada.
Não sabem que a mão assinalada
Do jogador governa o seu destino,
Não sabem que um rigor adamantino
Lhes subjuga o arbítrio e a jornada.
Também o jogador é prisioneiro
(Disse Omar) de um outro tabuleiro
De negras noites e brancos dias.
Deus move o jogador que move a peça.
Que deus atrás de Deus o ardil começa
De pó e tempo e sonho e agonias?
Mas voltemos a Neuman e ao início do conto...
Havia quase dez anos que meu amigo Riquelme e eu não nos víamos. Nunca tinha sido fácil coincidir. Ele vive no Chile, eu na Andaluzia. Ele detesta os aviões, eu apenas tenho tempo para viagens. Ele é especialista em pâncreas, e a ciência não me interessa (...)
Seu romance publicado no Brasil, O Viajante do Tempo, está na minha fila. Espero tirá-lo de lá em breve
Anabela y el peñon, conto do autor no original, na Amazon por menos de 3 reais. Aproveite...E.
ResponderExcluirDe Neuman, em espanhol, na Amazon.br "Anabela y el peñon". Por menos de 4 reais. E.
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