Hoje, todo mundo é europeu, e quem não é está fazendo fila para ser. Há 80 ou 90 anos, os únicos que eram autênticos europeus na Europa eram os judeus, como os meus pais. Todos o demais eram patriotas búlgaros, patriotas irlandeses, patriotas noruegueses... Os judeus eram europeus devotos. Era poliglotas, adoravam que houvesse histórias diferentes, e os legados literários, e os tesouros artísticos, e sobretudo amavam a música. E amavam as paisagens, os prados e as florestas, as torrentes e os bosques nevados, os estreitos becos das cidades antigas, as universidades e os cafés. Mas a Europa nunca lhes quis. Por serem genuínos europeus, foram tachados de "cosmopolitas", "parasitas", "intelectuais sem raízes". Amós Oz, em artigo publicado no El País Brasil, e que pode ser lido, na íntegra, aqui.