Depois de muito tempo, a Biblioteca volta ao cinema - ou melhor, à locadora. A Grande Guerra (1959) de Mario Monicelli, parece ter encontrado o ponto entre o humor e o drama como poucas vezes se viu. Faturou o Leão de Ouro de Veneza.
A Itália tinha pactos com a Alemanha e a Áustria desde 1882, mas às vésperas da Guerra de 1914/1918 já havia se aproximado da Inglaterra e da França, em busca de territórios ao norte. O filme mostra o conflito com os austríacos.
Durante o fascismo, os filmes retratavam o conflito como era de se esperar - de forma idealizada, romantizada. Monicelli, anos depois, dá uma visão bem diferente.
Oreste (Alberto Sordi) e Giovanni (Vittorio Gassman) se conhecem na fila do recrutamento. Este paga ao primeiro, que era soldado lotado no departamento médico, para escapar da convocação, mas é enganado. Apesar disso, os dois se tornam amigos, e passam a servir juntos.
Há momentos cômicos, como a apresentação do Tenente Gallina - cujo nome faz com que todos no front comecem a cacarejar:
Ou quando uma galinha (a própria, de penas) fica entre as trincheiras italianas e austríacas; cada lado tentando atrai-la para garantir o jantar.
E há outras dramáticas, como, no final, a que os dois são capturados pelos austríacos - um, valente até o fim; o outro, covarde até o último momento.
Um diretor de grande seriedade embora se manifestando quer na comedia quer na tragedia. E uma vida finita aos 91 anos no ano passado quando jogou-se do quarto do hospital onde estava internado tratando-se de um cancer de prostata. E.
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