O autor do conto da semana, Ludwig Tieck (1773-1853), é um dos expoentes do Romantismo alemão. Foi tradutor de Dom Quixote para o alemão. A edição brasileira, Feitiço de Amor e outros contos, da Editora Hedra, nova parceira da Biblioteca, foi traduzida por Maria Aparecida Barbosa (que assina também a introdução) e Karin Volobuef.
O conto da semana, O Loiro Eckbert, inicia-se como um conto de fadas (afinal, o Romantismo alemão bebe na fonte destes contos e dos relatos populares, e os revitaliza): uma floresta; pais que rejeitam a filha, Bertha; uma velha e misteriosa mulher que mora isolada de todos dentro da floresta - apenas com um cachorro e um pássaro - e que a acolhe; um mistério que deve ser mantido em segredo –a ave que bota pedras preciosas. É a única proibição imposta pela velha – e com ela, a irresistível vontade de infringi-la. No entanto, ao completar 14 anos, foge do novo lar, com a tal ave: Completei quatorze anos, e é uma desventura para o ser humano o fato de alcançar a razão e, em troca, infalivelmente perder a inocência de sua alma.
É a própria Bertha, esposa de Eckbert, quem conta sua história a Walther, freqüentador assíduo do casal. Ele fica muito impressionado com o relato, e ao final, diz:
- Nobre senhora, agradeço-vos, posso imaginar-vos muito bem com o estranho pássaro e cuidando do pequeno Strohmian.
Mas, como ela conta depois para Eckbert, em nenhum momento falou o nome do cachorro, o que a deixa profundamente intrigada. E, a partir daí, o conto passa por uma transformação; uma série de eventos terríveis irá acontecer, e o ambiente inicial de contos de fadas dará lugar a duas descobertas pavorosas e consequências mortais.
- Estás trazendo meu pássaro para mim? Minhas pérolas? Meu cão? – gritou ela dirigindo-se a Eckbert – Vejas, a injuria causa seu próprio castigo: ninguém senão eu era o teu amigo Walther, teu Hugo.
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