Em um livro considerado menor pela crítica - quando não totalmente esquecido - o Visconde de Taunay apresenta um retrato da vida carioca nos idos de 1893 e da quebra da Bolsa do Rio: O Encilhamento. Uma reedição não cairia mal. Curiosamente, meu exemplar, garimpado na Livraria Cultura, é de 1971, quando a Bolsa de Valores do Rio sofreu uma nova grande queda, pulverizando para sempre a riqueza de muitos...
O governo criou bancos de emissão de moeda, não mais lastreada no ouro, mas em títulos da dívida pública. O país, que atravessava crise de falta de liquidez, passou a outro extremo, o do excesso de crédito, que foi canalizado pela Bolsa: empresas eram constituídas da noite para o dia, emitiam debêntures e com isso captavam boa parte da poupança popular. Os poucos endinheirados da época vendiam fazendas para comprar estes papéis, muitos de companhias inidôneas, o que gerou uma bolha, que finalmente “estourou” em 1893.
Nem todas as empresas eram de fachada. Algumas prosperaram, como a Companhia de Construções Civis, responsável pela urbanização de uma área da cidade – e, assim, criou o bairro de Copacabana. Muitos acusam o Visconde de ter escrito um panfleto contra a República, com bastante má vontade e nenhum humor.
Dessa época a criação da Cia.Ferro Carril do Jardim Botanico que iria integrar o grupo Light ("o polvo canadense", segundo a esquerda) e que ao atravessar o tunel Alaor Prata (o tunel velho) iniciou verdadeiramente a "corrida para o oeste" no caso, "para as areias de Copa".
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