É de Vera
Helena Rossi, do livro Mind the Gap (Editora
Patuá, nossa parceira) o conto da semana – As
caixas de papelão da família A. Almeida.
Nossa casa, como se espera de uma casa, abriga um lugar por vezes
sombrio, onde é guardado nosso passado, talhado em papeis, quinquilharias,
objetos inúteis e mais um sem número de peças inutilizadas do cotidiano. Mantemos
o local [que se resume a várias caixas de papelão desequilibradas no quarto dos
fundos] intocável, atordoados com a sua existência, que, ainda assim, se exibe
diariamente contra nossa vontade.
É claro
que esse lugar não se resume às caixas de papelão; são memórias que de alguma
forma assombram toda a família, um verdadeiro depósito de ontens (grande expressão).
Parece
que todos na casa tem um grande respeito pelo depósito de ontens, mas tia Gina
parece destemida, resoluta a “arrumar” as caixas, ou seja, arrumar o seu
passado. Um passado empoeirado que, em princípio, pode atiça a sua renite.
Esqueça –
dizem todos. Esqueça as tralhas por causa da renite mas também do passado. Mas
a insistência da tia só vai ser vencida quando, subitamente, grita. Por que? Na verdade, ninguém nunca soube exatamente a razão...
Sem
dúvida, dizem todos, é melhor não mexer
naquilo.
Afinal, se as caixas continuam no quarto dos fundos,
perturbadoras e malcheirosas, que lá permaneçam. Continuamos nós com nossas
vidas, incomodados, é verdade, mas alheios ao cheiro de mofo do que já passou.
O que dizer do seu texto, Fábio, adorei! Capturou a essência do primeiro conto, e por conseguinte, do próprio livro. Somente um leitor como você. Obrigada! Uma honra poder fazer parte do seu blog!
ResponderExcluirAbraços,
Vera
O que dizer do seu texto, Fábio, adorei! Capturou a essência do primeiro conto, e por conseguinte, do próprio livro. Somente um leitor como você. Obrigada! Uma honra poder fazer parte do seu blog!
ResponderExcluirAbraços,
Vera