Incêndio de Moscou, Smirnov (1813)
O Livro 4 é bem "curto" para os padrões: quase 400 páginas. O incêndio de Moscou é o acontecimento mais marcante de seu início, ao qual irá se seguir a retirada atabalhoada de Napoleão.
A retirada de Moscou
Pierre, que se fez prisioneiro para matar Napoleão, conhece Platon Karatáiev, que apesar de merecer poucas páginas no romance (mais exatamente o capítulo XIII da Primeira Parte), é um personagem marcante - simboliza aquilo que Tolstoi vê de mais autêntico no homem russo:
Platon Karatáiev devia ter uns cinquenta anos, a julgar por suas histórias sobre as campanhas militares de que havia participado como soldado veterano. Ele mesmo não sabia sua idade e não havia meios de determinar quantos anos tinha (...)
Seu rosto, apesar das pequenas rugas redondas, tinha uma expressão de inocência e juventude; sua voz era agradável e melodiosa. Mas a peculiaridade mais importante do seu modo de falar era a espontaneidade e a presteza.
Um antípoda do nobre de São Petersburgo...
Pierre é libertado com a fuga dos franceses e ainda assiste à morte de Pétia Rostov. A morte de Andrei, ferido gravemente na guerra e recolhido pelos Rostov, está entre as grandes cenas da literatura.
Pierre, agora livre de Helene (que morre), reencontra Natasha. A princesa Mária fará de tudo para reconciliá-los.
Mais uma vez, Tolstoi e suas teorias: depois de enumerar o que Napoleão deveria ter feito ao entrar em Moscou ao longo de uma página, conclui: Napoleão, o maior gênio de todos os gênios, e que tinha o poder de comandar o exército, como asseguram os historiadores, não fez nada disso. Não só não fez nada disso, como, ao contrário, empregou seu poder para escolher, entre todos os caminhos que se apresentavam, justamente o mais tolo e mais nefasto.
E assim, caminhamos ao Epílogo, em duas partes. Ainda esta semana.
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