Um dos grandes filmes de Jean Renoir, filho do pintor, e que retrata episódios desde a Queda da Bastilha até a deposição de Luis XVI (1793). A criação do hino é um dos temas centrais do filme. O 14 de Julho, na verdade, aparece apenas no início do filme, quando vemos Luis XVI almoçando e se dizendo cansado de uma caçada. O grande personagem, nas palavras do próprio diretor, é o povo francês. Segundo ele, é quem faltava até então - muitos filmes falavam de Napoleão ou do rei, ou mesmo dos principais revolucionários. Mas aqui, não: é o povo.
Para Martin Scorsese, um dos melhores filmes históricos jamais feitos. Renoir exalta a ideia de liberdade num momento em que Hitler já projeta sua sombra por toda a Europa. A invasão da França pelos prussianos não poderia ser mais atual – o filme é de 1937.
No final, o rei (interpretado pelo irmão do diretor), fugindo do palácio, observa que as folhas estão caindo mais cedo naquele ano – óbvia a analogia à monarquia.
A última cena mostra os cidadãos a postos a mais um ataque prussiano. E Javel: “20 mil escravos e 5 mil traidores jamais derrotarão 20 milhões de homens livres!”. Emocionante, mas não deixa de ser irônico notar que três anos mais tarde os alemães entrariam com enorme facilidade em Paris...
"As Regras do Jogo" de 1939, parece-nos o melhor filme de Renoir.
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