' Hoje, a mãe morreu'. Você acha mesmo que uma asserção assim tão simples pode sair da mente de um escritor? Asseguro-lhe que não. Escritor é, por regra, pessoa complicada, dilacerada intimamente, contorcida, cheia de contradições, consumida por ambições, muito pouco generosa, se bem que se inflame com a ideia de humanidade. Não, lhe asseguro que Albert Camus nunca teria começado o romance O Estrangeiro com essa frase se não a tivéssemos fornecido nós. Aliás, nem sequer teria escrito esse romance num estilo tão simples, tão linear, tão confessional, visando a maior credibilidade, se não lhe tivéssemos oferecido, nós, o ponto de partida, se não tivéssemos aberto, nós, esta miraculosa portinhola. 'Hoje, a mãe morreu'. Vários foram os clientes dessa organização: Thomas Mann, Kafka, H.G. Wells, Melville... O misterioso negociante, Guy Courtois, membro de uma organização de mais de trezentos anos, está estudando um jovem aspirante a escritor romeno. P