Ainda sem previsão para o Brasil, certamente ficará poucas semanas em cartaz, ou ficará restrito a festivais de cinema israelense.
Os irmãos Ronit (que faz Viviane; ela atuou em outro filme muito bom, A Banda, de Eran Kolirin) e Shlomi Elkabetz trazem a história de uma mulher que procura, desesperadamente, se separar do marido Elisha (Simon Abkarian, francês de origem armenia).
Em Israel, não há casamento ou divórcio civis, e tudo é resolvido na esfera religiosa. Todo o filme (cerca de 1 hora e 5o minutos) se passa dentro de um tribunal rabínico e a primeira coisa a chamar a atenção é a demora: como são lentos os processos! Nada a dever a tribunais não religiosos de outras bandas.
Elisha conta com Shimon, seu irmão. Carmel ben Tovi é o advogado boa-pinta, com cara de argentino, que irá defender Viviane. Entre os juízes, destaque para Salmion, que conduz o julgamento.
É inegável que tudo conspira a favor do marido - ele não é um vilão caricato: não é mau, não trai, não é violento. Simplesmente não quer o divórcio, não comparece às audiências e somente após inúmeras tentativas (e meses) é finalmente conduzido ao tribunal. Intransigente, mas nada além de intransigente. E aí os Elkabetz fogem da solução fácil de criar um monstro para concentrar toda a raiva do espectador.
As testemunhas: uma Bensoussan (!) meio liberal e independente; um Azulay que vê coisas (Viviane é "vista" com um homem num café de shopping).
O filme explora a condição de uma democracia ocidental ao mesmo tempo, e em diversos aspectos, tradicional e religiosa.
É curioso como, a despeito de tudo, o tribunal, inicialmente francamente favorável ao marido, começa a se sentir incomodado (ainda que em momento algum seja simpático a Viviane); e como, mesmo assim, quando todos pensamos estar diante do desfecho, alguma coisa acontece - e os rabinos ficam absolutamente sem ação.
Os irmãos Ronit (que faz Viviane; ela atuou em outro filme muito bom, A Banda, de Eran Kolirin) e Shlomi Elkabetz trazem a história de uma mulher que procura, desesperadamente, se separar do marido Elisha (Simon Abkarian, francês de origem armenia).
Em Israel, não há casamento ou divórcio civis, e tudo é resolvido na esfera religiosa. Todo o filme (cerca de 1 hora e 5o minutos) se passa dentro de um tribunal rabínico e a primeira coisa a chamar a atenção é a demora: como são lentos os processos! Nada a dever a tribunais não religiosos de outras bandas.
Elisha conta com Shimon, seu irmão. Carmel ben Tovi é o advogado boa-pinta, com cara de argentino, que irá defender Viviane. Entre os juízes, destaque para Salmion, que conduz o julgamento.
É inegável que tudo conspira a favor do marido - ele não é um vilão caricato: não é mau, não trai, não é violento. Simplesmente não quer o divórcio, não comparece às audiências e somente após inúmeras tentativas (e meses) é finalmente conduzido ao tribunal. Intransigente, mas nada além de intransigente. E aí os Elkabetz fogem da solução fácil de criar um monstro para concentrar toda a raiva do espectador.
As testemunhas: uma Bensoussan (!) meio liberal e independente; um Azulay que vê coisas (Viviane é "vista" com um homem num café de shopping).
O filme explora a condição de uma democracia ocidental ao mesmo tempo, e em diversos aspectos, tradicional e religiosa.
É curioso como, a despeito de tudo, o tribunal, inicialmente francamente favorável ao marido, começa a se sentir incomodado (ainda que em momento algum seja simpático a Viviane); e como, mesmo assim, quando todos pensamos estar diante do desfecho, alguma coisa acontece - e os rabinos ficam absolutamente sem ação.
É inescapável: pensamos n'O Processo de Kafka. O ambiente do tribunal é opressor, burocrático, desesperador. A reação de Viviane a cada adiamento, a cada decisão do tribunal, procastinando a causa (o que pode ser mais simples que um divórcio?).
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