O segundo livro - No Front -, ao contrário do que o titulo pode indicar, não se passa propriamente na frente de batalha. O bom soldado bem que tentou, mas ficou preso na teia burocrática do império. Ele seguiu de Praga para um local de treinamento. Mas o trem acaba parando (o freio de emergência é acionado) e, enquanto sua participação é investigada, fica retido na estação.
O trem segue com seu regimento e, a partir daí, ele tentará chegar à companhia. Com os personagens loucos para escapar da guerra - só os austríacos estavam realmente empenhados - é claro que poucos realmente acreditam no objetivo de Svejk. Diante das suas habituais respostas curtas e desconcertantes, é inicialmente tomado por um espião russo altamente qualificado, querendo chegar ao front para passar imediatamente suas preciosas informações ao inimigo.
Não há descrições sobre as batalhas; elas aparecem de forma indireta. Lá pelo meio deste segundo livro, o autor passa a ser mais explícito. Os soldados se amontoam no trem, para serem novamente feridos, mutilados e mortos, e ganhar uma cruz de madeira sobre suas covas, diz-nos Hasek. Não se pode esquecer que ele próprio esteve no campo de batalha, chegando a ser feito prisioneiro pelos russos.
E fica mais evidente a questão das nacionalidades - especificamente, entre austríacos, tchecos (eslavos, afinal, combatendo a Rússia) e húngaros. O amigo de Svejk, Vodicka, passa mais tempo tentando destruir as outras etnias do seu império do que propriamente os inimigos.
O segundo livro não é tão bom quanto o primeiro, o que é muito mais um elogio a este do que uma crítica àquele. Mas já dá para notar algumas pequenas mudanças no comportamento do bom soldado, que é agora explicitamente mais cínico. O episódio da carta de Lukacs à amante - ele deveria entregá-la num determinado horário, mas acaba se "atrasando" e lendo-a, na frente do marido. E acaba criando uma imensa confusão entre tchecos e húngaros...
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