A sra. Müller e Joséf Svejk a caminho do quartel (Josef Lada)
Um dos meus objetivos para 2014. Antecipo-me, pelo Kindle, à edição brasileira que deve sair este ano, pela Alfaguara. Vale a pena tê-lo "em analógico". Mais ainda se acompanhada das ilustrações de Josef Lada, amigo de Hasek.
Jaroslav Hasek (1883-1923) não conseguiu concluir sua obra-prima (como Kafka, aliás, com quem é sempre comparado - um Kafka com humor e escrevendo em tcheco). Sua ideia era fazê-lo em seis livros. Morreu ditando o quarto. Azar o nosso. Trata-se de uma divertidíssima história sobre a Primeira Guerra do ponto de vista de um império decadente e que sabidamente seria derrotado, a partir de Joséf Svejk, na vida civil um negociante de cães roubados - vira-latas vendidos como de pedigree, graças às falsificações de suas "árvores genealógicas" - e que foi dispensado do exército por ser oficialmente declarado idiota.
Alguns episódios que foram tratados pelo autor em seus contos (impagáveis) estão novamente aqui - como o caso da punição da faxineira cujo filho partiu para a Austrália - uma crença satânica, uma vez que Santo Agostinho negou a existência dos antípodas.
Hasek ataca nacionalismos e militarismo. Logo no início, Svejk confunde o arquiduque (assassinado em Sarajevo, estopim do conflito) com um conhecido seu... Em vários momentos, Hasek deixa claro não levar a sério nem o império e muito menos o imperador. É difícil resistir à tentação de enumerar os episódios pelos quais passa o herói. Mas Svejk é eternamente grato pela passagem pelo manicômio, "onde as pessoas têm liberdade para ser o que quiserem". Não surpreende o fato de ter tido problema com os Habsburgos (pelos contos. Neste romance, quando a dinastia já havia sido varrida da face da Terra, o velho Francisco José é chamado de idiota), nazistas e comunistas. O que diz muito (bem) de seu caráter.
Neste primeiro volume - Na Retaguarda - somos apresentados ao nosso herói, que se dispõe a servir ao imperador após o episódio de Sarajevo. Aparentemente, sofre de reumatismo. Seu entusiasmo é tão grande que as autoridades o vêem como um provocador. Svejk se envereda pela burocracia do Império Austro-Húngaro, seus médicos, formulários, exigências. Vale também uma especial atenção ao capelão Otto Katz, judeu que resolveu ser batizado e fazer carreira no exército, bom bebedor de vinho consagrado e jogador compulsivo (ele chegou a apostar - e perder - Svejk numa mesa para o tenente Lukacs).
Um idiota? Muitos vêem em Svejk um precursor de Forest Gump. Ele quer fazer sempre a coisa certa, mas acaba sempre dando tudo errado, diz. Mas ele se dá bem - atendeu por seis vezes seguidas aos "pedidos" da amante de Lukacs... haja fôlego.
Jaroslav Hasek (1883-1923) não conseguiu concluir sua obra-prima (como Kafka, aliás, com quem é sempre comparado - um Kafka com humor e escrevendo em tcheco). Sua ideia era fazê-lo em seis livros. Morreu ditando o quarto. Azar o nosso. Trata-se de uma divertidíssima história sobre a Primeira Guerra do ponto de vista de um império decadente e que sabidamente seria derrotado, a partir de Joséf Svejk, na vida civil um negociante de cães roubados - vira-latas vendidos como de pedigree, graças às falsificações de suas "árvores genealógicas" - e que foi dispensado do exército por ser oficialmente declarado idiota.
Alguns episódios que foram tratados pelo autor em seus contos (impagáveis) estão novamente aqui - como o caso da punição da faxineira cujo filho partiu para a Austrália - uma crença satânica, uma vez que Santo Agostinho negou a existência dos antípodas.
Hasek ataca nacionalismos e militarismo. Logo no início, Svejk confunde o arquiduque (assassinado em Sarajevo, estopim do conflito) com um conhecido seu... Em vários momentos, Hasek deixa claro não levar a sério nem o império e muito menos o imperador. É difícil resistir à tentação de enumerar os episódios pelos quais passa o herói. Mas Svejk é eternamente grato pela passagem pelo manicômio, "onde as pessoas têm liberdade para ser o que quiserem". Não surpreende o fato de ter tido problema com os Habsburgos (pelos contos. Neste romance, quando a dinastia já havia sido varrida da face da Terra, o velho Francisco José é chamado de idiota), nazistas e comunistas. O que diz muito (bem) de seu caráter.
Neste primeiro volume - Na Retaguarda - somos apresentados ao nosso herói, que se dispõe a servir ao imperador após o episódio de Sarajevo. Aparentemente, sofre de reumatismo. Seu entusiasmo é tão grande que as autoridades o vêem como um provocador. Svejk se envereda pela burocracia do Império Austro-Húngaro, seus médicos, formulários, exigências. Vale também uma especial atenção ao capelão Otto Katz, judeu que resolveu ser batizado e fazer carreira no exército, bom bebedor de vinho consagrado e jogador compulsivo (ele chegou a apostar - e perder - Svejk numa mesa para o tenente Lukacs).
Um idiota? Muitos vêem em Svejk um precursor de Forest Gump. Ele quer fazer sempre a coisa certa, mas acaba sempre dando tudo errado, diz. Mas ele se dá bem - atendeu por seis vezes seguidas aos "pedidos" da amante de Lukacs... haja fôlego.
The good soldier Svejk filme de 1957 trecho no you tube com este titulo. E
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