Luz Antiga
John Banville
Tradução: Sergio Flaksman
Biblioteca Azul, 2013
336 p
O que me lembro dela, aqui nesses dias pálidos e suaves de passagem do ano? Imagens do passado distante se aglomeram na minha cabeça, e quase nunca sei dizer se são memórias ou invenções. Não que existia muita diferença entre as duas, se é que existe qualquer diferença. Há quem diga que, sem percebermos, vamos inventando tudo à medida que avançamos, com bordados e enfeites, e me inclino a concordar, pois a Senhora Memória é muito dissimulada e sutil. página 12.
Lançado na FLIP, o novo romance de John Banville (1945), figurinha fácil nas listas anuais de candidatos ao Nobel, trata da memória. Alexander Cleave é um velho ator que narra a sua história - dividida entre um caso com a mãe de seu melhor amigo, há mais de 50 anos, quando era um garoto de 15, e o suicídio de Cass, sua filha. No momento, é convidado para fazer um filme, representando o famoso crítico Axel Vander. O roteiro é de autoria de um sujeito desagradável, J.B.
JB é especialmente estranho, e cada vez que o encontro acho mais estranho ainda, Está sempre com uma expressão furtiva e ansiosa, e dá sempre a impressão de estar prestes a se afastar, nervoso, mesmo quando está sentado imóvel, somo agora, em sua poltrona alta de braços elevados, com as pernas cruzadas e um copo de conhaque na mão.
O JB que escreve este romance também tem uma fama bem discutível, considerado arrogante em suas entrevistas.
O caso amoroso da juventude moldou a personalidade de Alex, mas ele descobre meio século depois que as coisas não aconteceram da forma como ele imaginava. É a memória pregando peças. Não por acaso, Paul de Man é mencionado diversas vezes - ele que se dedicou à obra de Proust que, com Nabokov e Henry James, é a referência encontrada em todos os textos sobre Banville.
Vander estava com Cass quando ela se matou. No papel da filha, a atriz Dawn Devonport, por quem Axel acaba se apaixonando. Ela também não é o modelo de equilíbrio, o que talvez a tenha aproximado ainda mais de Alex.
Alex e Cass. Eles já apareceram em outros romances de Banville - que pretendo ler em breve. Eclipse e Shroud devem ser lançados em breve por aqui, pela mesma editora Globo - pelo selo Biblioteca Azul.
JB é especialmente estranho, e cada vez que o encontro acho mais estranho ainda, Está sempre com uma expressão furtiva e ansiosa, e dá sempre a impressão de estar prestes a se afastar, nervoso, mesmo quando está sentado imóvel, somo agora, em sua poltrona alta de braços elevados, com as pernas cruzadas e um copo de conhaque na mão.
O JB que escreve este romance também tem uma fama bem discutível, considerado arrogante em suas entrevistas.
O caso amoroso da juventude moldou a personalidade de Alex, mas ele descobre meio século depois que as coisas não aconteceram da forma como ele imaginava. É a memória pregando peças. Não por acaso, Paul de Man é mencionado diversas vezes - ele que se dedicou à obra de Proust que, com Nabokov e Henry James, é a referência encontrada em todos os textos sobre Banville.
Vander estava com Cass quando ela se matou. No papel da filha, a atriz Dawn Devonport, por quem Axel acaba se apaixonando. Ela também não é o modelo de equilíbrio, o que talvez a tenha aproximado ainda mais de Alex.
Alex e Cass. Eles já apareceram em outros romances de Banville - que pretendo ler em breve. Eclipse e Shroud devem ser lançados em breve por aqui, pela mesma editora Globo - pelo selo Biblioteca Azul.
No entanto, ele é considerado um grande artesão do romance de língua inglesa, e estou curioso para lê-lo no original.
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