1942: o Brasil e sua guerra quase desconhecida
João Barone
Nova Fronteira, 2013
284 p.
O grande mérito deste comemorado livro do baterista dos Paralamas, João Barone - um estudioso não-acadêmico da Segunda Guerra - é o de trazer ao grande público informações e narrativas em geral encontradas em livros mais, digamos, formais e acadêmicos.
Não se veja nisso uma crítica. Sempre defendi que uma das razões pelas quais lemos pouco da história do Brasil é por não termos um número expressivo de seus divulgadores, e sim, de teses e dissertações que, se mais precisas e analíticas, certamente são de leitura mais restrita.
Uma série de personagens, mais ou menos conhecidos - alguns, especificamente os praças, apenas conhecidos nos círculos de ex-combatentes - é apresentada. E episódios como o treinamento dos brasileiros:
Os novos equipamentos dos americanos não chegavam em quantidade suficiente para treinar o efetivo da FEB, problema que se estendeu de janeiro até julho de 1944, às vésperas da partida do primeiro escalão para a Itália. O 9º Batalhão de Engenharia, sediado em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, foi obrigado a improvisar no treinamento de prospecção de minas terrestres. Seus integrantes pediram à população da cidade que doasse todas as latas de goiabada disponíveis, as quais seriam utilizadas com o propósito de simular minas enterradas para que fossem localizadas pelos novos detectores eletrônicos e, assim, possibilitassem os treinamentos em campo. p. 112-113.
E este 1942 tem assim seu valor. Inspirado não pelas histórias de seu pai, um dos 25 mil pracinhas, mas justamente pelo que "não ouviu": uma vez que o combatente pouco ou nada falava do conflito, o autor passou a estudar intensamente o período.
Apesar da motivação bastante pessoal, o livro não cai na ideia de que a FEB foi perfeita ou fundamental para a vitória aliada - e evidentemente não fica naquela outra ala, para quem tudo não passou de algo ridiculamente exótico.
Os intocáveis acadêmicos acabam tornando a historia um estorvo . Will Durant fez a grande ponte, rejeitado pela academia mas texto-base para filmes e romances históricos, nos deu o ultimo panorama abrangente. Aqui na Pindorama,o Barone pode ser uma esperança, ao menos no tocante a FEB, E.
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