Completamente ignorado no Brasil, o filme de Antii Jokinen é a adaptação do romance de Sofi Oksanen, Expurgo. E, no entanto, surpresa, está perdido na grade de opções da TV a cabo. Vai entender...
Bastante fiel ao livro, algo não tão comum assim, Jokinen traz a história de Zara, que na busca por um emprego acaba se tornando uma escrava branca de um grupo de mafiosos. Agredida e violentada - o filme, aliás, é extremamente violento - consegue fugir e aparece no quintal da casa da velha Aliide (Laura Birn está ótima como a Aliide dos anos 40; Liisi Tandefelt é a velha).
Há uma desconfiança inicial mútua, mas ambas sofreram abusos semelhantes - há uma ligação pessoal entre as duas que se revela ao longo do livro/filme. Uma traição que mudou o destino de ambas (o que ocorreu nos anos 40 atingiu a jovem Zara do século XXI).
Jokinen fez uma adaptação realista ao extremo do romance que rendeu a Oksanen o Femina de 2010. Um pedaço importante da história da Estonia, entre a ocupação soviética até o presente (devastada igualmente pelos russos, agora através da máfia), das traições, das famílias destruídas e expurgos (a Sibéria estava ali para os inimigos do povo). Aliás, Sofi (1977) diz que, quando criança, ninguém falava em deportação - as pessoas simplesmente tinham "ido para a Sibéria).
Comentários
Postar um comentário