Albert Savarus é um advogado parisiense que acaba parando em Besançon. Balzac explica que "nenhuma cidade oferece resistência mais surda e muda ao progresso". E, pior:
De Victor Hugo, de Nodier, de Fourier, as glórias da cidade, não se fala, ninguém lhes dá atenção.
Paulo Rónai avisa - Savarus é o próprio Balzac, "basta ler o retrato físico de Alberto, que, no decorrer da novela, aparece com todos os traços, idealizados, do romancista, vestindo-lhe até o famoso robe de chambre"; na novela de Savarus aparecem alguns personagens da Comédia.
Uma das grandes famílias de Besançon é a dos Watteville. A mulher do barão é uma jararaca controladora; a filha é Rosália, que logo se apaixona pelo advogado. Aproveita-se do namoro entre os respectivos criados e passa a ler as cartas de Alberto para a Duquesa Argaiolo. Os dois têm um caso.
Alberto escreve um conto - que nos é "recontado" por Balzac, O ambicioso por amor. Rosália escreve uma carta para a Duquesa, passando-se por Alberto, onde afirma que irá se casar com uma Watteville. Rosália é uma vilã de novela. A Duquesa casa-se com Duque de Rhétoré; Alberto vira monge...
Anos depois, resolve contar seu plano à duquesa; depois, sofre um acidente: o vapor explode e ela perde o braço direito e a perna esquerda; seu rosto apresenta horríveis cicatrizes que a privaram de sua beleza; sua saúde, sujeita a terríveis perturbações, deixa-lhe poucos dias sem sofrimentos. Enfim, ela, hoje, não sai mais da Chartreuse dos Rouxey, onde leva uma vida inteiramente devotada às práticas religiosas.
Final melodramaticamente forçado; esse Alberto Savarus é para aqueles que se dispõem a conhecer a Comédia em sua integralidade. Balzac não desenvolve o advogado Savarus a ponto d torná-lo interessante por este aspecto.
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