A Dama Dourada provavelmente renderá a Helen Mirren mais uma indicação ao Oscar, no papel de Maria Altman, uma senhora judia que consegue escapar de Viena, deixando para trás a família durante o regime nazista.
Há duas questões principais - a história de Adèle Bloch-Hauer, sua tia, modelo de Klimt para seu quadro a dama dourada e do quadro, que foi levado da casa dos pais de Maria pelos nazistas; e a batalha judicial que ocorreu a partir de 1999.
Quanto à primeira, vem-me imediatamente o livro de Edmund de Waal, A Lebre com Olhos de Âmbar, que comentamos por aqui. Como no livro, o filme mostra de forma bem evidente que os austríacos não foram exatamente vítimas, mas ativos participantes do regime nazista. A história de Maria Altmann tem ainda um ingrediente especial: ocorreu no momento em que o então presidente da Áustria, Kurt Waldheim, eleito após uma passagem como secretário-geral da ONU, é reconhecido como capitão do Exército com passagem bastante ativa na então Iugoslávia. Nesse momento, houve uma discussão mais intensa na sociedade a respeito do real papel do país no nazismo.
Em outro livro, A irmã de Freud, de Goce Smilevski, Adolfina, uma das irmã de Sigmund, trava amizade com Klara, irmã de Gustav Klimt.
Os dois livros dão uma grande e ampla visão da sociedade austríaca dos anos 30/40. E, não se pode deixar de notar, como, nos anos 80/90 muitos austríacos foram francamente crueis com a velha judia que voltou depois de décadas para recuperar um quadro que vale uma fortuna.
Quanto à batalha jurídica, temos um jovem e medíocre (caminhando para o fracasso) advogado, neto de Schoenberg, que conhece Maria. Acaba de ser contratado por um grande escritório de advocacia.
A princípio cético com relação a qualquer possibilidade de reaver para sua cliente o quadro de Adéle, acaba se envolvendo com a causa (um advogado que não é vilão) e consegue um reconhecimento, pela Suprema Corte, da possibilidade de recorrer à Justiça dos EUA.
Apesar disso, a palavra final é da mediação, em Viena. O papel do governo austríaco, sempre negando o fato de o quadro ter sido, literalmente, levado da casa dos Altmann, é vergonhoso. Para piorar, o quadro, nas palavras do personagem do ótimo Daniel Brühl (o único verdadeiro aliado da dupla em Viena), é a "Monalisa austríaca".
Quanto à primeira, vem-me imediatamente o livro de Edmund de Waal, A Lebre com Olhos de Âmbar, que comentamos por aqui. Como no livro, o filme mostra de forma bem evidente que os austríacos não foram exatamente vítimas, mas ativos participantes do regime nazista. A história de Maria Altmann tem ainda um ingrediente especial: ocorreu no momento em que o então presidente da Áustria, Kurt Waldheim, eleito após uma passagem como secretário-geral da ONU, é reconhecido como capitão do Exército com passagem bastante ativa na então Iugoslávia. Nesse momento, houve uma discussão mais intensa na sociedade a respeito do real papel do país no nazismo.
Em outro livro, A irmã de Freud, de Goce Smilevski, Adolfina, uma das irmã de Sigmund, trava amizade com Klara, irmã de Gustav Klimt.
Os dois livros dão uma grande e ampla visão da sociedade austríaca dos anos 30/40. E, não se pode deixar de notar, como, nos anos 80/90 muitos austríacos foram francamente crueis com a velha judia que voltou depois de décadas para recuperar um quadro que vale uma fortuna.
Quanto à batalha jurídica, temos um jovem e medíocre (caminhando para o fracasso) advogado, neto de Schoenberg, que conhece Maria. Acaba de ser contratado por um grande escritório de advocacia.
A princípio cético com relação a qualquer possibilidade de reaver para sua cliente o quadro de Adéle, acaba se envolvendo com a causa (um advogado que não é vilão) e consegue um reconhecimento, pela Suprema Corte, da possibilidade de recorrer à Justiça dos EUA.
Apesar disso, a palavra final é da mediação, em Viena. O papel do governo austríaco, sempre negando o fato de o quadro ter sido, literalmente, levado da casa dos Altmann, é vergonhoso. Para piorar, o quadro, nas palavras do personagem do ótimo Daniel Brühl (o único verdadeiro aliado da dupla em Viena), é a "Monalisa austríaca".
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