E já que, nos últimos dias, só se fala nele, o conto da semana é em sua homenagem. Aqui, O Plebiscito, de Artur Azevedo (1855-1908), um clássico: A cena passa-se em 1890. A família está toda reunida na sala de jantar. O Senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade. Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário-belga. Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias. Silêncio. De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta: — Papai, que é plebiscito? O Senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente, para fingir que dorme. O pequeno insiste: — Papai? Pausa: — Papai? Dona Bernardina intervém: — Ó Seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar, que lhe faz mal. O Senhor Rodrigues não tem remédio s
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