Uma vez li que na Mongólia, quando alguém se dispõe a contar uma história, deve cumprir como prólogo um rito mágico para evitar que os fantasmas conjurados pela narração se instalem entre os vivos. Depois o narrador pode contar tranquilamente, sabendo que, ao terminar, seus personagens voltarão à obscuridade da qual saíram. Não sei se tal precaução seria entendida no Ocidente, onde a vaidade do autor quer não apenas que suas criaturas imaginadas ganhem vida entre seu público, como que sejam também imortais e por aqui permaneçam para sempre . Uma tradução livre de Cuento de la enamorada, o prefácio de Alberto Manguel para o romance El pais imaginado, do argentino Eduardo Berti.
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