No verão, somos mais indulgentes, menos atentos e, enquanto no inverno seríamos implacáveis com um livro que começa com "Jacques Saunière, o famoso restaurador, caminhava com dificuldade pelos corredores do Museu do Louvre", abobados pelo calor e contentes, continuamos lendo, letárgicos demais para nos fixarmos nos assombrosos erros gramaticais e nas imbecilidades da história.
Este ano, o clima até está ajudando. Mas, de um modo geral, este artigo do Alberto Manguel não vale muito para estas bandas tropicais: afinal, lemos de forma diferente no inverno e no verão? Não nos sobra muito, principalmente com um verão, na prática, de mais de seis meses e de mais de 35 graus.
Manguel faz umas observações interessantes - Crime e Castigo, por exemplo, se passa no calor insuportável de uma tarde de julho; Hans Castorp chega a Davos, na Montanha Mágica, também no verão.
Mas para nós, ao menos, devemos evitar os verões. E viva Carrier!
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