O conto da semana vem da Best European Fiction 2014 (a mais fraca até agora, o que prova a importância do antologista: o grande romancista Banville não se mostrou um antologista à altura da sua própria ficção).
O francês Eric Chevillard (1964), com Hippopotamus, traz um narrador em dúvida sobre ir ou não ao Mali, na África. Todos os clichês da chamada literatura de viagens estão aí...
Um francês comum - "Seu nome poderia ser Jules ou Alphonse. Seu nome poderia ser Georges-Henri". Convidado para ser um escritor-residente no Mali, no fim do mundo, a respeito do qual ele jamais ouvira falar. Está em dúvida - aceita ou não? O que ele pensa é o que todo francês - melhor, todo cidadão de países ocidentais ricos - pensa sobre países pobres: um monte de ideias pré-concebidas, um certo deslumbramento e uma sensação de que, afinal, ele tem muito a oferecer ao Mali.
Muito mais que um conto sobre a África, Chevillard escreveu um conto ironizando os escritores - e, claro, os leitores - dos guias de turismo. No caso, ainda há a visão do antigo colonizador ( o Mali foi francês até 1960) de um dos países mais pobres do mundo. E acaba apresentando a nada sutil diferença entre o viajante e o turista...
Muito mais que um conto sobre a África, Chevillard escreveu um conto ironizando os escritores - e, claro, os leitores - dos guias de turismo. No caso, ainda há a visão do antigo colonizador ( o Mali foi francês até 1960) de um dos países mais pobres do mundo. E acaba apresentando a nada sutil diferença entre o viajante e o turista...
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