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Mostrando postagens de junho, 2015

Os livros da Dolce & Gabbana

Agora é a Saraiva do Village Mall, o shopping da classe AAA do Rio. É a crise; as pessoas não têm dinheiro e livro é caro. Talvez por isso vá dar lugar a uma Dolce & Gabbana, sem dúvida mais voltada para as classes ascendentes nesse momento de crise... Na mesma reportagem,  a informação de que o município tem 100 livrarias, 50 delas no Centro.

A Sorbonne de Sérgio Augusto

Foi como perder um amigo de infância que há muito tempo não via. Um pesar mais simbólico e nostálgico do que afetivo; pois, como ensinava um bolero de Lucho Gatica, a distância nos faz esquecer (em espanhol é melhor: “dicen que la distancia es el olvido”), e eu passei décadas geograficamente afastado da livraria Leonardo Da Vinci. O que não significa que a esqueci; apenas deixei de frequentá-la depois de concentrar minhas atividades profissionais na zona sul do Rio e de receber minhas revistas francesas ( Cahiers du Cinéma, Positif, Critique, Esprit, Communications,  etc.) diretamente de Paris e a comprar in loco os livros que antes só me chegavam da Europa através da Da Vinci, a nossa La Hune. Artigo do imperdível Sergio Augusto no Estadão - o melhor sobre o fechamento da Livraria Leonardo da Vinci - que pode ser lido, mediante cadastro,  aqui.

Timbuktu (2014), de Abderrahmane Sissako

Descobri na TV, quase por acaso, o menos falado dos candidatos ao Oscar de filme estrangeiro de 2015, o ótimo Timbuktu, de Abderrahmane Sissako. Por maiores que sejam as fronteiras que esta Biblioteca se propõe a cruzar, nem em meus maiores delírios imaginei postar sobre o Mali - e, menos ainda, sobre um filme de um diretor de lá. Timbuktu - a cidade histórica, que vem sendo tragada pelas areias do deserto - foi um importante centro de difusão de conhecimento e do islamismo na África, tendo vivido sua era de ouro lá pelo século XVI. Até hoje conserva manuscritos de valor inestimável, que vem sendo saqueados ao longo das inúmeras guerras e invasões... O filme de Sissako é uma preciosidade. Começa com a cidade sendo ocupada pelo Exército Islâmico (o foi por alguns meses), espalhando terror e extremismo já por todos conhecidos. Nada de música (ou 40 chibatadas). E nada de futebol - uma das grandes cenas mostra uma partida sem bola. A população tenta se adaptar ao novo

Ainda o manuscrito de Bioy Casares

Reproduzo a resposta de Daniel Martino, citado no artigo do El Clarín no post sobre o manuscrito de Bioy Casares. Segundo Marino, o jornal argentino alterou suas declarações.  La nota “Pagaron U$S 40.000 por un manuscrito de Bioy Casares”, publicada en la sección “Cultura” de Clarín el día 12 de junio, altera completamente mis palabras. Bioy no “acostumbraba a cambiar sus escritos todo el tiempo”: excepcionalmente lo hizo en La invención de Morel, obra de transición entre estéticas. El Castillo de los Cárpatos de Verne es una las principales, no la única, inspiración de la novela, mucho menos “filial” respecto de La isla del Dr. Moreau de lo que afirma Borges. En el texto de Christie's, Morel se llama “Guerin”; Faustine, “Justine”. Con Guerin, Bioy aludía al poeta Charles Guérin y a la novela Charles Guérin; Roman de moeurs canadiennes, de P. Chauveau. A último momento, decidió dejar caer el “Guerin”, por ser un apellido de pronunciación ambigua en español, y lo reemplazó por “M

A Magna Carta, o Rei João e Robin Hood

É claro que o rei João não se ajoelhou aos pés de Robin Hood, mas é interessante lembrar hoje, dia 15 de junho, quando a Magna Carta completa 800 anos, a ligação entre a ficção e a História, na criação do que pode ser considerado o mais importante documento da democracia. João Sem-Terra. John Lackland. Nasceu em Oxford, 1166, o quarto filho de Henrique II, o que lhe custou toda possibilidade de receber uma herança - daí seu apelido. Quando o irmão Ricardo (Coração de Leão) assume o trono, em 1189, recebe mais um golpe e, obviamente, irá fazer de tudo para tomar o poder. Em 1199, Ricardo é morto e João, finalmente, torna-se rei. Para custear as guerras, Ricardo aumentou drasticamente os impostos a um nível inédito na Inglaterra. Para piorar, ao retornar de uma Cruzada, foi feito prisioneiro dos alemães. Há quem diga que o resgate cobrado (e pago) seria equivalente a 2 bilhões de libras. Na época de João, o cofre estava vazio, mas as demandas, explodindo como n

A invenção de Morel por US$ 40 mil

Na matéria publicada pelo  Clarín , de Buenos Aires, a arrematação do original, datilografado e com correções à mão pelo autor, de A invenção de Morel.  O livro de Bioy Casares, diz o texto, teve um percurso curioso: o escritor americano Donald Yates, tradutor do primeiro livro de contos de Borges para o inglês, por volta de 1962, conta que Bioy o deu de presente a Borges que, por sua vez, deu-o ao tradutor. Anos depois, em uma visita a Buenos Aires, Yates pediu ao próprio Bio que autografasse e lhe dedicasse o exemplar. Segundo Daniel Martino, a inspiração de Bio Casares não foi A ilha do Dr. Moreau , mas sim, Julio Verne - no original, Morel se chama Guerin, e Faustine, Honorine, "como a esposa de Julio Verne".

Daniel Hevier

TERRA DE GELO a ideia de que existe algures um país como a Islândia ajuda-me a sobreviver (Daniel Hevier) Do site Poesia Ilimitada. No próximo verão, lembre-se da Islândia

Padura ganha o Príncipe das Astúrias

Na verdade, Princesa das Astúrias, como agora se chama o tradicional prêmio - coisas de monarquia. Ele estará em Paraty, na Flip deste ano.