Erma (Laura Peterson) vive com seu marido Heldur (Tarmo Song) e a filha Eliide (Mirt Preegel) num idílio rural. Heldur é fazendeiro e membro da Liga de Defesa estoniana. Apesar dos esforços dos familiares em convencê-los a abandonar o país e fugir da cada vez mais evidente invasão pelo leste, eles resolvem permanecer em sua casa.
Os soviéticos chegam e o inferno começa. E assim, também, a sucessão de imagens fortes - algumas lembram fotografias. E o que ouvimos são as cartas escritas por Erma. Sabemos de tudo através dela - das desgraças, das mortes, do retorno após a morte de Stalin.
Se você já leu os romances de Sofi Oksanen - Expurgo e As vacas de Stálin - certamente está situado no tempo e no espaço desse filme - a ocupação soviética da Estônia, durante a Segunda Guerra. Milhões de cidadãos bálticos capturados e deportados para a Sibéria.
Não é uma narrativa romanceada nem um documentário, mas possui grandes elementos de ambos. A câmera se move, com tranquilidade, e assistimos, por quase uma hora e meia, uma sucessão de imagens - não, imagens não, o certo é chamarmos de quadros.
Talvez seja, em essência, aquilo que chamávamos de "cinema-arte", expressão que, como tantas outras, ficou tão desgastada e banalizada, mas que aqui parece recuperar seu real sentido.
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