Seria um mito?
De 735 adjetivos usados por Camões nos seus Lusíadas, apenas um é uma criação nova do poeta, uma estreia na história da língua portuguesa. É a palavra “insofrido”, que quer dizer impaciente.
A tese é polêmica:
Os cultismos que Camões utiliza já são correntes em castelhano e conhecidos na época por qualquer português instruído. Camões não parece acreditar num português autônomo, "com recurso a criações castelhanas e ao latim do castelhano". E isso é “uma absoluta novidade, que desautoriza os nossos mitos criados à volta duma ‘língua de Camões’, um mantra sem base material”. Se o português era a língua dos marinheiros e dos comerciantes, o castelhano era a grande língua internacional da classe culta portuguesa e europeia. “Os portugueses estavam muito familiarizados com o castelhano. Isso vale para todo o português com contatos na corte, nas universidades. A língua culta, aquela em que as classes instruídas se exprimem, é muito devedora do castelhano.”
A tese é do linguista Fernando Venâncio. A matéria pode ser lida aqui.
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