As famílias ricas vivem atualmente entre o perigo de arruinar os filhos se os têm em grande número, e o de se extinguirem se se limitarem a um ou dois - singular resultado do Código Civil, que Napoleão não previu.
Balzac era conservador; hoje seria chamado de reacionário. No caso - o Código Napoleão acabou com os privilégios da primogenitura, resquício medieval capaz de preservar o poder e a riqueza da aristocracia. Não é a primeira vez que vemos sua repulsa ao novo regime de forma tão clara.
Clementina du Rouvre é casada com o rico imigrante polonês Adam Mitgislas Laginski, que além de rico é incrivelmente feio - há duas espécies de poloneses, como há duas espécies de ingleses. Quando uma inglesa não é muito bela, é horrivelmente feia, e o conde Adão pertence à segunda categoria.
Tadeu Paz é o amigo também polonês de Adam, a quem deve favores e evita qualquer envolvimento com a assanhada Clementina. A ponto de inventar uma "amante", uma atriz de circo, Málaga (mania de colocar Espanha ou Itália como ambientes selvagens). Passa a financiar Málaga para dar credibilidade ao seu intento. Clementina se sente extremamente ofendida por ser desprezada em detrimento a um ser tão, digamos, inferior - ser este que, por outro lado, não entende exatamente o que está acontecendo, uma vez que Tadeu não tem, de fato, nenhum interesse nela.
Tadeu escreve para Clementina dizendo partir para a Rússia, e lhe revela toda a verdade - ele sempre esteve de olho na mulher do amigo. Clementina descobre então que toda a história da amante era falsa - e nós ficamos sabendo que Tadeu sempre esteve em Paris - Condessa, ir ao Cáucaso para me fazer matar e levar comigo seu desprezo, é demasiado - escreve-lhe na carta.
Paulo Rónai fala, na introdução ao conto, que a figura de Tadeu se baseou no conde Tadeu Wylezynski, primo de Eveline Hanska e que, por não poder se casar com ela, "tê-la-ia adorado à distância silenciosamente, não só depois de casada, como também após o começo do idílio com Balzac". Mas como personagem, Tadeu é por demais virtuoso para um leitor do século XXI...
Tadeu Paz é o amigo também polonês de Adam, a quem deve favores e evita qualquer envolvimento com a assanhada Clementina. A ponto de inventar uma "amante", uma atriz de circo, Málaga (mania de colocar Espanha ou Itália como ambientes selvagens). Passa a financiar Málaga para dar credibilidade ao seu intento. Clementina se sente extremamente ofendida por ser desprezada em detrimento a um ser tão, digamos, inferior - ser este que, por outro lado, não entende exatamente o que está acontecendo, uma vez que Tadeu não tem, de fato, nenhum interesse nela.
Tadeu escreve para Clementina dizendo partir para a Rússia, e lhe revela toda a verdade - ele sempre esteve de olho na mulher do amigo. Clementina descobre então que toda a história da amante era falsa - e nós ficamos sabendo que Tadeu sempre esteve em Paris - Condessa, ir ao Cáucaso para me fazer matar e levar comigo seu desprezo, é demasiado - escreve-lhe na carta.
Paulo Rónai fala, na introdução ao conto, que a figura de Tadeu se baseou no conde Tadeu Wylezynski, primo de Eveline Hanska e que, por não poder se casar com ela, "tê-la-ia adorado à distância silenciosamente, não só depois de casada, como também após o começo do idílio com Balzac". Mas como personagem, Tadeu é por demais virtuoso para um leitor do século XXI...
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