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Mostrando postagens de maio, 2015

Ideia para uma Feira de Livros

A Feira do Livro de Bogotá (FILBO) traz uma novidade em 2015 que poderia ser uma grande ideia para um novo modelo de feiras e festivais literários. Em 2014, o país homenageado foi o Peru e, claro, contou com a presença de Vargas Llosa. Agora, o país/lugar homenageado é... Macondo. Por que não criar uma feira internacional de livros que se dedique, anualmente, a homenagear um país ou uma terra fictícia? Os professores de Macondo poderiam apresentar estudos sobre Garcia Márquez.  A qual país imaginário deveria a primeira festa internacional da Biblioteca se dedicar? Sete noites com aéreo e terrestre para Utopia

Leonardo da Vinci R.I.P.

Como nunca se pode dizer que as coisas não podem piorar, a Leonardo da Vinci anuncia para junho sua queima de estoque e prepara a despedida, depois de 63 anos gloriosos. A livraria, fundada pelo romeno Andrei Duchiade, é inviável, diz a filha e herdeira Milena. Afinal, era uma livraria que vendia livros, não se rendendo ao café, lanchonete, papelaria etc... O Brasil é mesmo inviável Não resistiu à Internet, às grandes redes e às mudanças na Avenida Rio Branco. A matéria pode ser lida  aqui. Nos anos 90 passava por lá quase toda semana. Livros em francos, pesetas, libras (na época, vigorava um tal "dólar-livro"...). Coleções da Dover, Librio, Folio, Livre de Poche, por 10 FF (depois, 2 euros). Comprei vários. E lembro-me dos livro que nunca comprei, como um francês que ensinava a ler os hieróglifos egípcios ou um russo sobre Pedro o Grande. Um templo da perdição.  Em tempos analógicos, pré-Amazon e Internet, era um grande centro de peregrinação, no edifíci...

Dante Alighieri 750

Ontem (25 de maio), há 750 anos, nascia Dante Alighieri. Não vi nada por aqui a respeito. Em Lisboa, haverá uma exposição em junho. Poucos - talvez apenas Shakespeare e Cervantes - foram tão influentes nos séculos seguintes em todas as artes.  Doré, Botticelli, Dalí, Michelângelo... Em 1957, o governo italiano encomendou a Dalí 100 aquarelas E Schumann, Rossini, Liszt - aqui, a Sinfonia Dante, Primeiro Ato - Inferno.

Opisanie swiata, de Verônica Stigger

Opisanie swiatta Verônica Stigger Cosac Naify, 160 p. Nesse romance que lhe rendeu o Prêmio São Paulo de Literatura de 2014, Verônica Stigger traz a história de Opalka, um polonês que recebe uma carta de seu filho Natanael - cuja existência desconhecia até abrir o envelope - moribundo na Amazônia. Quer conhecê-lo. Dá todas as dicas para uma viagem segura e minimamente confortável da Polônia até o Brasil. Opalka não desconfia, mas está prestes a abandonar seu país, provavelmente para sempre - estamos nos anos 30, às vésperas da guerra. A Polônia acabou (...) Daqui a pouco toda a Europa não vai existir mais, se é que ainda existe, diz o personagem Jean-Pierre. A narrativa se inicia no trem, em que Opalka, que quer ler um jornal em paz, é perturbado por um brasileiro (sim, claro, não deixamos ninguém ler em trens), um certo Bopp. E, em seguida, estaremos no navio que os trouxe para este lado do globo. Uma narrativa de viagem em que a viagem, em si, é o centro, como qua...

Classificados da Biblioteca

VENDE. BIBLIOTECA. SÓ US$3,9 MILHÕES! Long Island. Oportunidade. Casa onde Scott Fitzgerald começou a escrever o Grande Gatsby ! 5 mil metros quadrados, 7 quartos, 6 banheiros, sala de música, lareiras. A casa está à venda, segundo notícia que pode ser lida  aqui.  Não deve dar lá muita sorte. Fitzgerald escreveu apenas cinco romances e morreu aos 44; Zelda era esquizofrênica e foi internada em 1930. Eles moraram aqui entre 1922 e 1924.

O retrato do artista quando vivo

De acordo com o historiador e botânico inglês Mark Griffiths, este seria o único retrato de Shakespeare pintado durante sua vida. Está num velho livro de botânica, The Herbal or  Generall Histoire of Plantes, de John Gerard, de 1598. O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link: http://cultura.estadao.com.br/noticias/teatro-e-danca,revista-britanica-publica-novo-retrato-de-shakespeare,1690373

Ž, conto de Alexandra Lucas Coelho

Ð ligou para Lisboa, no seu português fluente, pedindo-me que reconstituísse a história de Ž. Eu encontrara Ž duas vezes e estava interessada no assunto, como Ð sabia através de um amigo comum. De resto, Ð e eu não nos conhecíamos, mas ele saltou, alegre, por cima disso: — Quando podes vir a Belgrado? Foi assim que na noite de 2014 para 2015 me achei na colina do Kalemegdan, a fortaleza da capital sérvia que já foi celta, romana, bizantina, otomana. O cigarro de Ð apontou a confluência do Sava com o Danúbio, em breve o frio daria para andar sobre as águas. Quem nos ofereceu um gole de rakija   disse que estavam doze negativos, mas já bebera meia garrafa. Acho que deviam estar pelo menos vinte negativos quando Ð e eu caímos na neve, ele de costas, eu de bruços. Um   snipper   não faria melhor, ao primeiro beijo. Um conto da escritora portuguesa Alexandra Lucas Coelho, publicado no ótimo caderno Ípsilon, do jornal  Público.  Você pode ler  aqui...

Modeste Mignon, de Balzac

O último texto do 1º volume da Comédia Humana  organizada por Paulo Ronai e reeditada pela Globo. Como dizia Carpeaux, os romances de Balzac estão povoados por advogados, proprietários, industriais, comerciantes e aristocratas decadentes. O dinheiro é o grande mestre. O pessoal do direito tinha que ler Balzac e Dickens. Os dois são os melhores professores possíveis de direito civil e comercial da história da literatura. Se em O baile de Sceaux a personagem, depois de passar a vida escolhendo o par acaba tendo que se casar com o primeiro que lhe aparece, aqui é o contrário: Modeste é de uma família burguesa que (como todos elas) quer chegar à aristocracia. Seu pai, Charles Mignon de la Bastie, no entanto, está falido.  O sr, Carlos Mignon partiu esta manhã no navio Modesta para a Ásia Menor, tendo deixado plenos poderes para o fim de realizar todos os valores, mesmo os imobiliários. Deixa as duas filhas e a esposa. A irmã de Modeste, Betina, morre depois de ser enga...

Mia Couto finalista do Man Booker International Prize

Mia Couto está entre os finalistas do Man Booker International Prize. A lista de 10 escritores foi anunciada hoje na Cidade do Cabo, África do Sul. Além do moçambicano, inclui o argentino César Aira, a libanesa Hoda Barakat, Maryse Condé, de Guadalupe,  Fanny Howe, dos Estados Unidos, o líbio Ibrahim Al-Koni, o húngaro László Krasznahorkai, o congolês Alain Mabanckou, a sul-africana Marlene van Niekerk e o indiano Amitav Gosh. Mia Couto será o próximo Nobel de Literatura de língua portuguesa. Krasznahorkai (já separei alguns livros dele para breve) está há muitos anos na lista de favoritos.