Para quem gosta de filmes de espionagem, o bom e velho John le Carré está de volta, agora sob a direção do (para mim) desconhecido Anton Corbijn. Um dos últimos filmes de Philip Seymour Hoffman (no papel do alemão Gunther Bachmann).
Nunca li Le Carré, mas assisti a diversos filmes baseados em sua obra. O que mais me deu raiva foi A Casa da Rússia, que consegui ser confuso com Sean Connery, Michelle Pfeiffer e Klaus Maria Brandauer. A culpa, claro, não foi de Le Carré, mas o diretor bem que poderia passar um tempo sendo interrogado pelos serviços de inteligência.
Aqui, o resultado é outro - o filme é ótimo. Sai Moscou, entra Hamburgo.
Como fruto de Le Carré, a história nunca é preto-e-branco (diversas agências de inteligência tentando passar a perna umas nas outras, por exemplo); há uma dúvida até os últimos instantes - na verdade, duas, envolvendo o imigrante checheno Issa Karpov e o badalado Abdullah, que vive dando palestras e é um senhor respeitabilíssimo. Os muçulmanos são muitos e não compõem um mundo monolítico.
Bachmann pertence a uma agência de inteligência alemã, que já foi passado para trás pelos "colegas" americanos (em quem não confia). Está de olho em Issa e desconfia tremendamente de Abdullah - e usa um para chegar ao outro. Issa é ajudado por uma advogada (Rachel McAdams). Willem Dafoe tem papel coadjuvante, e Daniel Brühl também dá as caras, na equipe alemã.
PS. Sabendo como as coisas terminaram, é quase impossível dissociar Bachmann de Hoffman (gordo, fumando o tempo todo, com um ar de quem não está suportando mais nada)...
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