- Então eles mataram o nosso Ferdinand - disse a empregada ao senhor Svejk, que abandonara havia alguns anos o serviço militar por ter sido declarado definitivamente idiota por uma junta médica do exército e vivia da venda de cães, monstruosos vira-latas para os quais inventava falsas genealogias.
Afora esta ocupação, sofria de reumatismo e, naquele exato momento, estava massageando os joelhos com uma pomada de cânfora.
- De qual Ferdinand está falando, senhora Mullerová? - perguntou Svejk, sem parar de massagear os joelhos. - Eu conheço dois Ferdinands. Um é o criado do farmacêutico Prusa, aquele que bebeu certa vez, por engano, um frasco de brilhantina, e também conheço um tal de Ferdinand Kokoska, que recolhe cocô de cachorro. Não temos motivos para se lamentar por nenhum dos dois.
- Meu caro senhor, estou me referindo ao arquiduque Ferdinand, o de Konopiste, aquele homem gordo e piedoso.
Como antecipamos, chegou a edição brasileira. As ilustrações de Lada se resumem à capa. A tradução, diretamente do tcheco, é de Luís Carlos Cabral. Não percam. É o que de melhor irá aparecer no mercado brasileiro nos cem anos da Primeira Guerra.
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