O último livro que li em 2017 foi o vencedor do Man Booker Prize do ano. Lincoln in the Bardo , de George Saunders, será lançado no início de 2018 pela Companhia das Letras, e recebeu críticas entusiasmadas na imprensa americana. Talvez por ter lido no Kindle, demorei algumas páginas para entrar no espírito da obra, estranhando um pouco a formatação. Mas valeu a pena. Uma obra estranha, sem dúvida, de um experimentalismo pouco usual. Em determinados momentos, uma colagem (que faz sentido) com notas de diários, livros e periódicos do período; em outros, monólogos e diálogos entre fantasmas. Logo na abertura, um monólogo de um certo Hans Vollman, que conta que tinha 46 anos no dia de seu casamento com uma jovem de 18 e que, ciente de todas as circunstâncias, não forçou sua noiva a nada, apenas propondo-lhe sua amizade. Com o passar do tempo, essa amizade se tornou em verdadeiro amor e, quando Hans e a esposa finalmente iriam "expandir as fronteiras de sua feli...