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Autobiografia de Nicolae Ceausescu, de Andrei Ujica




Vinte e cinco anos da História romena. O blog tem uma queda por filmes sobre a queda do bloco soviético. Este é uma colagem de filmes oficiais, desde o funeral de Gheorghe Gheoghiu-Dej, em 1965 - subiu ao poder com o fim da Segunda Guerra -, até a execução de Nicolau e Elena, no Natal de 1989. 

Para quem acompanhou, pela TV de então e pelas revistas americanas (entre 1988 e 1989 a Time, a cada número, trazia uma grande reportagem sobre o país que havia derrubado o comunismo naquela semana). 

Ceausescu, no início, foi visto como um der sofisticado e modernizante e que, como Tito, buscava independência de Moscou. No final, foi talvez o mais ridículo e sanguinário ditador entre os tantos da região. O culto à sua personalidade atingiu níveis que hoje nos parecem caricatos, nos remetendo à Coréia do Norte.

A partir das 2 horas de filme, a situação de Ceausescu começa a mudar, e surgem os primeiros questionamentos públicos. Meia-hora depois, aparece Gorbachov, e a coisa desanda de vez.

O fim, trágico, levou ao poder líderes que até a véspera eram do establishment. A Romênia foi o extremo oposto da Tchecoslováquia de Havel.

Ujica nasceu em 1951 e, como tantos, fugiu do país. Fez diversos filmes sobre o período pós-Ceausescu. 

O grande mérito é mostrar cenas não apenas dos cinzentos líderes do país e da burocracia dominante, mas também da vida cotidiana, além, claro, do foco no ditador. O problema é que, ao longo de suas três horas, não há qualquer narração. 

Mas vale a pena. Se você quiser algo mais didático, não perca a série Adeus, Camaradas.

 



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