Para quem pensa que algumas coisas que se passam são exclusividades destas terras...
Trecho da entrevista de Artur Pérez-Reverte:
A
boa e velha Europa dos direitos do homem, que iluminou o mundo, essa
Europa que nasce na Bíblia, no Talmude, no islão, em Homero e em Dante,
em Virgílio, Camões, Cervantes, Voltaire e Rosseau, na Enciclopédia e na
Revolução Francesa, essa Europa foi condenada à morte. E isso é um
problema de educação. Estamos a criar gerações de jovens que carecem de
mecanismos culturais e históricos que lhes permitam saber quem são.
Estamos a criar órfãos culturais. Todo o sistema educativo europeu está
feito para esmagar a inteligência. Para a igualar à mediocridade.
Mas alguma vez foi diferente?
Antes era diferente, sim. Antes, o miúdo brilhante era apoiado, potenciado, porque sabiam que dali sairia a elite do futuro. Aqueles que poderiam iluminar os que o não são.
Antes era diferente, sim. Antes, o miúdo brilhante era apoiado, potenciado, porque sabiam que dali sairia a elite do futuro. Aqueles que poderiam iluminar os que o não são.
Mas isso não era característica
de um ensino mais elitista? Talvez o nível médio tenha descido porque
agora muitos mais têm acesso à educação.
Não. Uma coisa é todos terem acesso, que é um princípio irrebatível. Outra coisa é que os brilhantes não tenham direito a subir a um patamar superior. Se numa turma há um medíocre e um brilhante, o medíocre não pode ficar para trás, mas o brilhante não pode ser mandado para trás do medíocre. Ou estaremos a esmagar a inteligência. Veja os políticos. Onde está um Churchill? Um Adenauer? Um De Gaulle, um Kennedy?
Não. Uma coisa é todos terem acesso, que é um princípio irrebatível. Outra coisa é que os brilhantes não tenham direito a subir a um patamar superior. Se numa turma há um medíocre e um brilhante, o medíocre não pode ficar para trás, mas o brilhante não pode ser mandado para trás do medíocre. Ou estaremos a esmagar a inteligência. Veja os políticos. Onde está um Churchill? Um Adenauer? Um De Gaulle, um Kennedy?
A entrevista foi publicada no Caderno Ipsilon, do jornal português Público, e pode ser lida, na íntegra, aqui.
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