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Mostrando postagens de outubro, 2014

Os grandes livros que você não leu

Você concorda que "a vida é muito curta para ler livros muito compridos"?  Este artigo publicado no El País Brasil  traz novamente a discussão. Dos que li (ou tentei), passei por Crime e Castigo e As aventuras do bom soldado Svejk. Mas não consegui ir adiante com Cervantes. A Divina Comédia está em andamento. Leitura em conjunto com a biografia de Dante de Barbara Reynolds. A questão é: qual o livro que "todos" leram, menos você, que o largou no meio? Aquele que, como já dizia Millôr, depois que você larga, não consegue pegar mais?

O Homem mais procurado (2013), de Anton Corbijn

Para quem gosta de filmes de espionagem, o bom e velho John le Carré está de volta, agora sob a direção do (para mim) desconhecido Anton Corbijn. Um dos últimos filmes de Philip Seymour Hoffman (no papel do alemão Gunther Bachmann). Nunca li Le Carré, mas assisti a diversos filmes baseados em sua obra. O que mais me deu raiva foi A Casa da Rússia, que consegui ser confuso com Sean Connery, Michelle Pfeiffer e Klaus Maria Brandauer. A culpa, claro, não foi de Le Carré, mas o diretor bem que poderia passar um tempo sendo interrogado pelos serviços de inteligência. Aqui, o resultado é outro - o filme é ótimo. Sai Moscou, entra Hamburgo. Como fruto de Le Carré, a história nunca é preto-e-branco (diversas agências de inteligência tentando passar a perna umas nas outras, por exemplo); há uma dúvida até os últimos instantes - na verdade, duas, envolvendo o imigrante checheno Issa Karpov e o badalado Abdullah, que vive dando palestras e é um senhor respeitabilíssimo. Os muçulm...

Magia ao Luar, de Woody Allen

Colin Firth é o escolhido para fazer Woody Allen - Stanley Crawford ou Wei Ling Soo, um "mestre chinês" ilusionista. Um velho amigo, também mágico, pede sua ajuda: Crawford é conhecido por desmascarar mediuns picaretas por toda a Europa. Desta vez, porém, terá de enfrentar Sophie Baker (Emma Stone) e sua mãe, hospedadas na residência dos multimilionários Catledge.  Brice Catledge está apaixonado por Sophie, e passa os dias tocando e compondo músicas de amor insuportavelmente chatas e cafonas - cada aparição do mancebo rende risos na plateia. Stanley não esconde sua rabugice e má-vontade para com a moça - um certo desprezo. Um racionalista absoluto - claro, caricatural - com uma confiança inabalável em seu intelecto. Evidentemente, as coisas não serão tão fáceis assim - e é previsível o que acontece entre eles... e seu cérebro acaba capitulando diante de Sophie. Até que ponto o sujeito acredita no que vê ou no que quer? O final, claro, se dá numa rápida guinada, e...

Camões na Rússia

Daria um belo conto: o sujeito, em São Petersburgo, pela primeira vez concluía a tradução d' Os Lusíadas para sua língua materna, quando  as tropas alemãs iniciam o cerco à então Leningrado... O tradutor, Mikhail Travtchetov, entregou sua versão à editora Gossizdat em 1940, mas não foi possível publicá-lo, devido ao bloqueio à cidade. Ao que consta, Travtchetov recusou-se a sair da cidade e lá morreu em dezembro de 1941, não se sabe se de fome ou em combate. Seu traduzido também não teve muita sorte - Camões morreu pobre e esquecido. Após a guerra, sua irmã lutou para a publicação da tradução.  O que somente ocorreu nesta terça, dia 17.

Modiano volta ao Brasil pela Record

A editora Record adquiriu os direitos para a reedição das obras do Nobel Patrick Modiano - uma meia dúzia de seus livros havia sido publicada pela Rocco, mas estão fora de catálogo já há muitos anos. Não foi divulgado o nome do tradutor ou mesmo a data de previsão de lançamento. Se serve de consolo, muitos jornalistas e escritores americanos aproveitaram a escolha para atacar o mercado editorial dos EUA - onde, ao que consta, cada vez se investe menos em traduções. Já na França, claro...

Nobel 2014 Patrick Modiano

O Proust dos nossos tempos, segundo o Secretário-Geral da Academia Sueca, Peter Englund. Nunca li nada dele.

Últimas apostas para o Nobel de Literatura 2014

Nos últimos dias, a Ladbrokes mostra o acirramento da disputa entre Murakami e Ngugi wa Thiong'o, que estaria tendo um crescimento tucano nas últimas horas. Voto no Nadas (ainda não comecei a lê-lo, mas dadas as circunstâncias europeias, o fato de ser considerado um inimigo pelo governo de extrema-direita e sua temática, acho que ele é o nome para esse ano). E finjo que não torço para o Roth, para ver se assim ele ganha.